Apresentado na COP29 em Baku, no Azerbaijão, o relatório revela que 53% das 250 principais empresas de viagens e turismo analisadas já definiram metas climáticas, um aumento significativo face aos 42% em 2021, quando foi criado o primeiro Roteiro Net Zero.
Entre estas empresas, um terço comprometeu-se com os objectivos da iniciativa Science-Based Targets (SBTi), sublinhando a sua dedicação em cumprir rigorosos padrões de referência de redução de emissões, sendo que este número mais do que duplicou desde 2021, sinalizando um esforço acelerado do sector para se alinhar com os padrões climáticos globais.
Desenvolvido em colaboração com a Accenture, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP), e apoiado pela Agência Estatal de Turismo da República do Azerbaijão, esta segunda edição do roteiro sublinha a urgência da ação climática à medida que o sector trabalha para atingir o zero líquido até 2050.
Um dos principais focos é melhorar o alinhamento e a transparência do setor, especialmente à medida que cresce a procura por opções de viagens sustentáveis, com 75% dos viajantes globais a expressarem agora o desejo de viajar de forma mais sustentável
O roteiro baseia-se também no Inquérito Ambiental e Social (ESR) do WTTC, que revela uma diminuição significativa da pegada de carbono das Viagens e Turismo. De acordo com estes dados, as Viagens e Turismo foram responsáveis por 6,5% das emissões globais em 2023, abaixo do pico de 7,8% em 2019, representando uma redução de 10,2% na intensidade de gases com efeito de estufa do sector, mostrando os avanços significativos do sector no sentido de dissociar o crescimento.
Em 2023, a indústria da aviação alcançou uma redução de 6% na intensidade de carbono em relação a 2019, quando as Viagens e Turismo estavam no seu auge, enquanto as indústrias de cruzeiros e alojamento diminuíram a sua intensidade de carbono em 11%.
Urgência da ação climática no setor
Para Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC “a urgência da ação climática no nosso setor nunca foi tão clara. As alterações climáticas não são uma ameaça futura – estão aqui e todos enfrentamos as consequências.
“Este roteiro atualizado é um apelo à ação para todas as empresas do setor das Viagens e Turismo. O setor está a avançar; mas não devemos descansar sobre os louros. Devemos trabalhar em conjunto com maior ambição e urgência para criar um futuro sustentável para as Viagens e o Turismo. Cada passo conta para preservar o nosso planeta e a subsistência de milhões de pessoas”, concluiu.
O roteiro destaca também o papel do Combustível de Aviação Sustentável (SAF) na redução da pegada de carbono da aviação. Reduzindo as emissões até 80% ao longo do ciclo de vida do combustível, o SAF emergiu como uma pedra basilar para o caminho de descarbonização da aviação, e o roteiro apela à expansão da adoção do SAF nas companhias aéreas, apoiado pelo investimento e pelo alinhamento regulamentar, para acelerar as reduções de emissões.
Fornece também orientações mais detalhadas para as pequenas empresas que representam a espinha dorsal das Viagens e do Turismo, mas que enfrentam desafios únicos, como definir e seguir uma abordagem de descarbonização mais estratégica.
O relatório enfatiza, ainda, a importância do financiamento verde acessível para as pequenas e médias empresas (PME), que muitas vezes podem não ter recursos para implementar medidas de sustentabilidade.
Dada a importância das estratégias para mitigar as emissões na próxima década e reforçar a resiliência climática a longo prazo, o WTTC e os seus membros instam as empresas a adoptarem medidas específicas de redução de emissões ao longo de vários prazos.
Insta, também, os governos a fornecerem mais incentivos e subsídios às empresas, a fim de garantir que as metas são cumpridas. Fonte: turisver.pt