Por Geraldo Gurgel
O solo avermelhado e o clima quente renderam à aniversariante deste sábado (26) o apelido de “Cidade Morena”. De origem e tradição agropecuária, a diversidade de raças – dos nativos aos imigrantes europeus, árabes e orientais – é uma das características de Campo Grande, situada no encontro dos córregos Prosa e Segredo, atual Horto Florestal, um dos atrativos mais visitados.
À identidade cultural local, indígena e sertaneja, somaram-se as influências externas. O prato típico local, por exemplo, é o sobá, uma espécie de macarronada suculenta com tiras de carne originária da Ilha de Okinawa, no Japão. Os restaurantes de sobá, em Campo Grande, chegaram com os imigrantes, em 1908. Atualmente, a comida oriental é servida até na Feira Central da capital.
Os peixes nobres como pacu, dourado e pintado resultam em uma culinária rica e exótica em temperos e sabores. Os pratos da tradição rural e indígena como o churrasco com mandioca, arroz carreteiro e galinhada completam a variação do cardápio regional, além do mate gelado (tereré), sucos e doces de frutas típicas do cerrado. Também é possível degustar pratos de influência da fronteira do Paraguai e Bolívia como a chipa, a saltenha e a sopa paraguaia.
Já o artesanato mais representativo está na cerâmica, cestaria e tecelagem, além de peças rústicas e utilitárias da produção indígena Kadiwéu e Terena, rica em adornos e fibras. O Parque dos Poderes, onde fica o Centro Administrativo do Estado, está ao lado do Parque das Nações Indígenas, local do principal monumento dedicado aos povos indígenas da região. Na Casa do Artesão o turista pode encontrar réplicas da diversificada fauna do Pantanal como esculturas de garças e onças, entre outros bichos.
Um passeio pelas largas e arborizadas avenidas de Campo Grande conduz o turista pela história da evolução da cidade: do Carro de Boi, em homenagem aos fundadores, ao monumento do aviador. A chegada da colônia japonesa, no início do século passado, também foi eternizada em um monumento aos imigrantes.
O turismo rural nas estâncias e hotéis fazendas proporciona contato direto dos visitantes com a natureza nos pesque-pagues, cavalgadas, trilhas ecológicas, cachoeiras e esportes radicais. O turista ainda pode conhecer a história local e conviver com a cultura dos peões com direito a se deliciar com as guloseimas do campo e apreciar o artesanato rural baseado em peças de couro, utilitárias e decorativas como arreios, chapéus e berrantes.
Antigo Arraial de Santo Antônio, Campo Grande representa, atualmente, a riqueza do agronegócio no estado. A capital do Mato Grosso do Sul é, também, a porta de entrada para os turistas que buscam natureza e aventura, outra riqueza exponencial do estado, sendo o Pantanal e Bonito os principais destinos turísticos com grande diversidade de atrativos e roteiros de ecoturismo.
O Pantanal é a maior planície inundável do mundo, com 140 mil km², sendo 65% dessa área no Mato Grosso do Sul. O Pantanal foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade, por ser uma das mais exuberantes e diversificadas reservas da biosfera. Fonte: Agência de Notícias do Turismo