Por Seleucia Fontes#
Distrito de Campo Alegre, em Paranã, lidera a transformação do turismo na região, impulsionado por belezas naturais.
No coração do sul tocantinense, Paranã começa a atrair os olhares de turistas em busca de experiências autênticas, natureza intocada e cachoeiras de tirar o fôlego. O município, que integra a Região Turística das Serras Gerais, vive um momento de transformação com o avanço do ecoturismo e a movimentação crescente de visitantes, especialmente no distrito de Campo Alegre, onde moradores estão investindo em pequenos negócios para atender a essa nova demanda.
É o caso de Maria Oderci pioneira no atendimento aos turistas da região. “Os quartos já estão reservados para todos os finais de semana de junho”, comemora, orgulhosa de ter começado com apenas três quartos em 2015 e hoje já estar planejando a construção de novas suítes. Além da hospedagem, Maria também montou um restaurante que funciona por encomenda e oferece aos visitantes um gostinho da culinária local.

“Os hóspedes pingam, mas sempre aparecem”, diz, com um sorriso no rosto. Boa parte do fluxo turístico recente tem sido impulsionado por operadoras da Chapada dos Veadeiros (GO), que passaram a incluir as cachoeiras de Paranã em seus roteiros.
Destinos como o Complexo Águas Lindas e a Cachoeira Canjica, próximos à divisa com Goiás, passaram a fazer parte do mapa do turismo de aventura no Brasil Central. Mas também há viajantes que chegam sozinhos, seguindo as belas imagens nas redes sociais.
Para Sammuel Rodrigues Alves, turismólogo e atual secretário de Turismo e Cultura de Paranã, o crescimento é visível. “Nossas cachoeiras são maravilhosas. Estamos trabalhando para melhorar a estrutura e a qualificação profissional”, explica ele, que também preside o Conselho Municipal de Turismo e o Fórum Regional das Serras Gerais. Segundo Sammuel, além do aumento de empreendedores locais, há um avanço importante na conscientização ambiental dos envolvidos.
Tesouros naturais em destaque

Entre os atrativos mais impressionantes está a Cachoeira do Catoá , com seus imponentes 101 metros de altura. O local ainda oferece dois poços de águas cristalinas ideais para banho, além de um cenário de cerrado preservado que encanta a cada visita. O acesso, feito por estrada de terra, é recompensado pela beleza natural que convida à contemplação.

Outros destinos igualmente encantadores são a Cachoeira Águas Lindas, a Cachoeira do Engenho, o Complexo Águas do Prata e a Cachoeira Esmeralda, todos com alto potencial para turismo de natureza.
Para os mais aventureiros, a trilha até a Cachoeira Rei do Prata, com quase 20 km, oferece uma jornada desafiadora por paisagens cênicas, típica do ecoturismo de alto nível. Já o Praião do Dominguinhos, com estrutura de restaurantes abertos o ano inteiro, ganha destaque especial durante a temporada de julho.
Turismo que gera renda e preserva
Com o avanço do turismo, empreendedores locais têm aproveitado para investir. Pequenas pousadas, restaurantes familiares, pontos de camping e agências de turismo, como a Serras Ecoturismo, além de condutores locais estão surgindo e fortalecendo a cadeia produtiva da região.
Distrito de Campo Alegre, em Paranã, lidera a transformação do turismo na região, impulsionado por belezas naturais

Esse crescimento vem acompanhado de ações de preservação. A maioria dos atrativos exige visita guiada e cobra taxa de entrada, o que ajuda a controlar o fluxo e preservar os recursos naturais. Iniciativas de educação ambiental e exigência de guias capacitados também fazem parte das estratégias para manter o equilíbrio entre visitação e conservação. Foto: Seleucia Fontes.
Apoio institucional fortalece o setor
O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria do Turismo (Setur), tem sido um aliado importante nesse processo. Em abril, o município recebeu uma edição do programa Turismo na Estrada, que leva orientações técnicas aos gestores locais sobre projetos, ferramentas e oportunidades de fomento.
O evento contou com representantes de 11 municípios das Serras Gerais e culminou com visitas técnicas a duas cachoeiras — do Engenho e do Catoá — fortalecendo a visão de Paranã como protagonista do ecoturismo regional.
“A prefeitura de Paranã, em parceria com o Governo do Estado, tem dado uma nova roupagem ao turismo, investindo nos atrativos que já existiam, mas que ninguém conhecia. A exemplo da cachoeira do Catoá e do Complexo Canjica, Paranã hoje é um dos grandes atrativos do Tocantins e um dos destinos mais procurados da Serra Gerais”, celebra a secretária executiva da Setur, Jocélia Costa.
Futuro promissor
Com um cenário natural privilegiado, uma comunidade engajada e políticas públicas alinhadas ao desenvolvimento sustentável, Paranã desponta como uma nova fronteira do ecoturismo no Tocantins. Um destino que gera renda, fortalece a economia local e, ao mesmo tempo, protege a natureza — exatamente como o turismo deve ser.
Serviço:
Contatos – https://serrasecoturismo.com.br/ e Maria Oderci (63 – 9930-30280)
Como chegar – Por Paranã (TO), são 70 km até Campo Alegre, mais 22 km até o Catoá e 42 km até o Complexo Canjica. O acesso para as cachoeiras do Engenho e da Esmeralda fica a 8 km do distrito.
Quem chega por Goiás parte da Chapada dos Veadeiros e percorre 143 km entre Cavalcante e Campo Alegre. Recomendável uso de veículo 4×4.
Edição: Nelson Rocha