A perspectiva é apontada pelo mais recente Inquérito de Impacto Económico do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), divulgado esta quarta-feira, 14 de maio. O estudo indica mesmo que, entre as 184 economias abrangidas pelo inquérito, os Estados Unidos são os únicos a registarem declínio.
De acordo com os resultados do inquérito, os gastos dos visitantes internacionais nos EUA deverão cair este ano para pouco menos de 169 mil milhões de dólares, montante que se compara aos 181 mil milhões de dólares registados em 2024, representando um declínio de 22,5%.
Segundo o WTTC, esta perda não será apenas sentida pelo setor das viagens e turismo, devendo impactar diretamente na economia dos EUA como um todo, refletindo-se nas comunidades, empregos e empresas de todo o país.
De acordo com o estudo, os EUA, o maior setor de viagens e turismo do mundo, é o único país entre 184 economias analisadas pelo WTTC e pela Oxford Economics, em que se prevê um declínio dos gastos dos visitantes internacionais em 2025.
Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC, afirmou: “Este é um alerta para o governo dos EUA. A maior economia de viagens e turismo do mundo está a caminhar na direção errada, não por falta de procura, mas por falta de ação. Enquanto outras nações estendem o tapete de boas-vindas, o governo dos EUA coloca o sinal de ‘fechado’”.
“Sem uma ação urgente para restaurar a confiança dos viajantes internacionais, poderá levar vários anos para que os EUA regressem aos níveis pré-pandémicos de gastos dos visitantes internacionais, nem mesmo ao pico de há 10 anos”, continua a responsável, acrescentando: “Trata-se de crescimento na economia dos EUA. É possível, mas precisa da liderança de Washington”.
Em 2024, quase 90% de todos os gastos com turismo vieram de viagens domésticas, com números recorde de americanos a passar férias no próprio país, mas, segundo o WTTC, “esta forte dependência do turismo nacional está a mascarar uma séria vulnerabilidade; o mercado internacional é onde está o verdadeiro crescimento, e os EUA estão a perder a sua coroa”.
De acordo com o Departamento de Comércio dos EUA, os dados de novas chegadas internacionais de março de 2025 revelam uma queda acentuada e generalizada nas viagens de entrada de muitos dos principais mercados de origem do país: as chegadas ao Reino Unido, um dos mercados de origem mais importantes dos EUA, caíram quase 15% em relação ao ano anterior; a Alemanha, outro mercado emissor significativo, caiu mais de 28% e a Coreia do Sul apresenta uma quebra de quase 15%.
Outros mercados importantes, como Espanha, Colômbia, Irlanda, Equador e República Dominicana, registraram também quebras de dois dígitos entre 24% e 33%.
Como seria de esperar, o mercado canadiano está a secar, com as reservas para o início do verão a caírem mais de 20% em relação ao ano passado. “Isto é mais do que um mergulho. É um apelo para despertar”, alerta o WTTC.
O organismo avança ainda que, no sentido oposto, as viagens de outbond estão a aumentar, com os americanos a viajarem em grande número para o estrangeiro.
Desta forma, o WTTC “apela a uma ação imediata para abordar o acesso às viagens, reconstruir os esforços de marketing internacional e restaurar a confiança dos viajantes globais nos EUA”.
Foto: Arquivo PORTAL TURISMO TOTAL – Divulgação
Fonte: turisver.pt