Por Zuleide D’Angelo#
No Vale do Araguaia, portal tocantinense da Amazônia, há um espaço dedicado ao descanso e à reconexão com a Mãe Natureza.
Entre o Cerrado e a Amazônia, uma floresta sussurra histórias para quem sabe escutar. No Vale do Araguaia, no coração do Tocantins, a transição entre biomas revela mais do que biodiversidade: convida à reconexão.

Foi ali, onde o verde domina o horizonte e o tempo desacelera, que jornalistas da Febtur-TO vivenciaram uma imersão no EcoAraguaia Jungle Lodge – um hotel de floresta que une arquitetura vernacular, sustentabilidade e experiências sensoriais em um novo modelo de turismo, o regenerativo.
Silêncio, cantos e raízes
Ao desembarcar no EcoAraguaia, o visitante é acolhido por uma sinfonia natural. O som das folhas secas sob os pés, o canto dos pássaros e a brisa que embala os galhos formam o prelúdio da vivência. O hotel, acessado pela TO-080, próximo ao município de Caseara, se esconde entre árvores frondosas e um emaranhado de aromas silvestres.
O luxo de dormir na floresta

Com apenas dez cabanas projetadas em arquitetura vernacular, o EcoAraguaia redefine o conceito de hospedagem. Nada de concreto ou vidro: o telhado é de palha seca, as paredes respiram com telas e o piso convida os pés descalços com tábuas de teca.
A “cabana principal”, onde os hóspedes se encontram para refeições e conversas, revela uma varanda suspensa que abre os olhos para o Rio Coco, afluente do Araguaia. No cair da tarde, o pôr do sol se deita sobre a água com uma intensidade quase cinematográfica – instante que se torna rito de contemplação.
Piscina no rio e trilhas encantadas

A aventura continua no cais, onde uma piscina flutuante convida ao mergulho sob a sombra de um paredão de pedra. Uma escadaria de quase uma centena de degraus nem é tão cansativa num local onde o ritmo desacelera é possível parar quantas vezes for necessário para contemplar o visual.
Cada caminhada é uma chance de se perder na “galeria viva” que a floresta oferece. E ali, em meio ao silêncio das árvores e à força do verde, a ideia de “hotel sem paredes” ganha contorno real.
Fazenda do Futuro
Por trás do projeto está Guilherme Tiezzi, empresário de visão. Ele acredita que turismo e preservação não são opostos, mas parceiros. O EcoAraguaia é uma pequena fatia de uma área com 500 hectares no total, a “Fazenda do Futuro”, onde 190 hectares foram transformados em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
Mais do que infraestrutura verde, Tiezzi fala em “inteligência da natureza” – uma proposta de reconexão com os ciclos da terra, respeitando a floresta, integrando saberes locais e fortalecendo a comunidade ao redor.
Turismo com propósito

No EcoAraguaia, cada hóspede se torna parte de um ecossistema. Tudo reverbera um convite à consciência. O que se vive ali não é apenas uma viagem – é uma escolha.
E talvez por isso, ao sair, ninguém é o mesmo. O corpo volta, mas algo da alma decide ficar entre as árvores.
Para mais informações sobre o EcoAraguaia Jungle Lodge, acesse: ecoaraguaia.com.br ou siga no Instagram @ecoaraguaiajunglelodge.
Edição: Nelson Rocha