Por Geraldo Gurgel
A diversidade musical de Alagoas será uma das marcas da virada cultural que vai comemorar os 200 anos de emancipação política do estado neste sábado (16). A festa do bicentenário será no bairro do Jaraguá, no centro histórico de Maceió, onde mais de 100 artistas vão se revezar em três palcos durante 24 horas. Um cortejo será acompanhado pela população até o bairro de casario histórico e igrejas centenárias para celebrar a data. A cultura alagoana será representada por maracatus, afoxés, bumba-meu-boi, coco de roda, pífanos, fandango, reinado, capoeira, chegança, pastoril, guerreiros, quadrilhas juninas e até escolas de samba, entre outros grupos.
Em meio ao contexto histórico, a festa celebra um dos destinos turísticos de sol e mar mais desejados do Brasil. Cenários rústicos com vilas de pescadores, lagoas, manguezais, extensos coqueirais, falésias e praias de águas cristalinas são características do litoral alagoano. A Área de Proteção Ambiental que abriga uma barreira de corais em toda a costa norte do estado, faz do turismo sustentável a principal atividade econômica do litoral, gerando emprego e renda para diversas cidades alagoanas. Na Costa dos Corais destacam-se Paripueira, Japaratinga e Maragogi, segundo destino mais procurado de Alagoas.
Em Maceió, os turistas se encantam com os 40 km de orla e suas piscinas naturais de águas mornas. As praias de Pajuçara, Ponta Verde, Sereia, Cruz das Almas e Ipioca, são as mais visitadas da capital. Ao sul, as praias mais procuradas são: Francês, Barra de São Miguel, Gunga e Coruripe.
“Como alagoano e filho de Coruripe, um dos muitos destinos turísticos do meu estado, tenho a real dimensão do significado dessa atividade para geração de emprego e renda para a população e para a economia de Alagoas. A festa do bicentenário celebra uma série de conquistas ao longo desses 200 anos de independência e cerca de 500 anos de história desse encantador recanto do Nordeste que, tão bem, representa a diversidade do turismo brasileiro”, destacou o ministro do Turismo, Marx Beltrão, ao parabenizar os conterrâneos pela data histórica de Alagoas.
O estado é conhecido como o paraíso das águas. O cânion do São Francisco, entre Alagoas e Sergipe, formado pela hidrelétrica de Xingó, transforma a paisagem do sertão alagoano e atrai milhares de visitantes aos municípios de Piranhas e Canindé de São Francisco. Outro atrativo do “Velho Chico” é explorar a foz do rio, em Piaçabuçu. Aos atrativos naturais, culturais e históricos, junta-se a gastronomia com pratos típicos do litoral e do sertão. Alagoas é a terra do sururu, marisco das lagoas Manguaba e Mundaú, que dão nome ao estado. Já o artesanato reúne peças que representam a diversidade local com destaque para a renda de filé, bordado inspirado na confecção de redes de pesca.
HISTÓRIA
Uma festa com a cara e sotaques alagoanos remete aos terreiros da casa grande e senzala, em torno dos engenhos, hoje usinas de açúcar e álcool, base da economia local. Os 200 de Alagoas se confundem com a cultura que deu origem as cidades históricas como Maceió, antigo engenho Massayó, Porto Calvo, Penedo e Marechal Deodoro, a primeira capital. A riqueza do açúcar motivou a independência de Alagoas, em 16 de setembro de 1817. Até então pertencia ao sul da província de Pernambuco. A perda do território também foi uma punição do Rei D. João VI aos separatistas do movimento republicano de Pernambuco.
Alagoas abrigou dezenas de quilombos, entre eles, Palmares, com cerca de 20 mil escravos fugitivos de Pernambuco e Bahia, resistiu por quase um século. A partir de 1891, os primeiros presidentes da República foram dois alagoanos, os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Como se percebe, um estado completo, para encher os olhos com as belezas e o coração com tantas histórias. Fonte: Agência de Notícias do Turismo