Veja como pacotes de viagens impulsionam receita de hotéis

Por Leonardo Ramos
Os pacotes de viagens há décadas se tornaram tradição no Turismo, não só no Brasil, mas no mundo todo. A junção de hospedagem, passagens aéreas e transporte terrestre, seja aluguel de carros ou bilhetes para trens e ônibus, tornou viagens não só mais econômicas, mas extremamente mais práticas para viajantes que preferem ter o conforto de garantir tudo de uma vez.

Os pacotes de viagens há décadas se tornaram tradição no Turismo, não só no Brasil, mas no mundo todo. A junção de hospedagem, passagens aéreas e transporte terrestre, seja aluguel de carros ou bilhetes para trens e ônibus, tornou viagens não só mais econômicas, mas extremamente mais práticas para viajantes que preferem ter o conforto de garantir tudo de uma vez.

Os benefícios para os fornecedores também sempre foram sólidos – ao menos é o que defende o diretor de gestão de mercado da Expedia no Brasil, Rodrigo Tavares.

Mais que as palavras do executivo, e falando especificamente da hotelaria, números revelados pela OTA nesta semana, reunidos durante 12 meses finalizados em março de 2017 e que comparam a demanda por pacotes com a demanda por hotéis para propriedades brasileiras, apontam que pacotes de viagens “são uma ótima maneira de maximizar a receita, garantir maior antecedência de reservas e minimizar cancelamentos” resumiu Tavares.

Pacotes impulsionam o aumento de receita
Segundo a pesquisa da Expedia, a taxa média diária (ADR) para as estadias provenientes de pacotes, neste período, foi 15% mais alta do que nas estadias independentes, o que por si só já seria um “incentivo para incluir seu hotel em ofertas de pacotes”. No Brasil, as ADRs foram mais altas em destinos costeiros, como Praia do Forte, Angra dos Reis, Porto de Galinhas, Rio de Janeiro e Búzios.

Para Rodrigo Tavares, uma explicação para o índice maior de ADR seria os hotéis oferecerem maiores descontos em quartos quando incluídos em pacotes, podendo realizar vendas adicionais por tipo de quarto e conseguir, assim, uma receita maior no valor total recebido, mesmo com preços por unidade mais baixos.

“Por exemplo, no Rio de Janeiro – onde a demanda por pacotes é alta – um consumidor de pacote tipicamente reserva um quarto em andar mais alto, com uma vista para o mar contra vista para o pátio. Enquanto a ADR do quarto com vista para o mar pode ser mais cara que a do quarto com vista para o pátio, se o quarto com vista para o mar tiver um desconto maior como parte do pacote, os consumidores podem estar mais dispostos a reinvestir a economia do pacote em um quarto de categoria superior”, explicou o o diretor de gestão de mercado da Expedia no País.

Outro fator importante para os bons números seria a maior visibilidade do hotel quando vendido junto a outros segmentos da viagem, explica o supervisor de vendas do Mabu Hotéis & Resorts, Andre Kabutomori. “A opção de pacotes agrega muito valor, aumentando nossa visibilidade internacional e doméstica. Hoje, os pacotes são fator-chave para escolher um destino. Além disso, esse tipo de reserva nos permite oferecer incentivos adicionais aos viajantes, o que nos diferencia dos concorrentes”, argumenta Kabumotori.

Pacotes significam estadias mais longas, e maior antecedência nas reservas
As reservas de pacotes costumam ter o dobro de tempo de estadia do que as reservas de hotéis independentes, acusa a Expedia, tornando-as uma fonte atraente de demanda para hotéis. Além disso, o período de permanência para reservas de pacotes nos 12 meses avaliados foi quase 2 dias maior em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Exemplos divulgados pela agência on-line incluem o Rio de Janeiro, que alcançou média de 4,6 noites de estadia quando reservado em pacotes, contra 2,8 dias quando o cliente optou por contratar apenas o serviço de hospedagem; São Paulo, com 2,4 dias em pacotes contra 2 dias em reservas independentes; Búzios, com 5,7 dias contra 3,8 dias, respectivamente; e Fortaleza, com as estadias ficando na média de 4,4 noites quando em pacotes, contra 3,2 dias em reservas independentes. Apenas Foz do Iguaçu teve uma média idêntica para ambos, de 2,6 dias.

Fernando Maia (Riotur)

No Rio, hóspedes que fecham pacotes ficam, em média, 4,6 noites, contra 2,8 noites de quem faz reservas independentes

No Rio, hóspedes que fecham pacotes ficam, em média, 4,6 noites, contra 2,8 noites de quem faz reservas independentes


As reservas de pacotes também costumam ter maior antecedência do que reservas de hotéis independentes, “fornecendo mais oportunidades para que os hoteleiros façam vendas adicionais”, explica Rodrigo Tavares.

Os números da Expedia revelaram que a antecedência média na reserva de pacotes para o Brasil é de quase 40 dias, no geral. Um exemplo utilizado é Natal, que tem um dos maiores tempos de antecedência de reserva de pacotes no país, com quase 55 dias, em comparação com os menos de 40 dias para reservas em hotéis independentes.

Pacotes tem menos cancelamentos

Um dado divulgado pela Expedia mostrou que, quando os clientes fecham pacotes, a taxa de cancelamento é a metade se comparada com cancelamentos de reservas independentes em hotéis. Isso aconteceria pelo fato de reservas serem normalmente ligadas a voos não reembolsáveis.

“Isso é importante para hoteleiros, principalmente numa época em que os consumidores estão pagando por proteção de viagem (seguro de viagem) ou potencialmente fazendo reservas independentes, reembolsáveis em outra reserva para conseguir tarifas mais competitivas”, explicou o executivo da Expedia.

Os destinos brasileiros que tiveram as menores taxas de cancelamento durante os 12 meses avaliados, de abril de 2016 ao mesmo mês de 2017, foram Manaus, Florianópolis e São Paulo.

“A venda do nosso inventário de hotel através de pacotes aumenta nossa taxa de conversão de desempenho, atingindo um público maior e diversificado, permite melhor custo-benefício, nos protege de taxas agressivas e, o mais importante, pacotes têm menor número de cancelamentos”, explicou a gerente geral da PortoBay Rio Internacional, Helida Cristina Silva. Fonte: Panrotas

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