Mais de metade das vendas de voos entre o Brasil e Portugal são feitas no Brasil
“O Brasil passa por uma grave crise económica de há dois anos para cá e uma crise política maior ainda”, começou por assinalar, para realçar que ainda assim, “contra todos os prognósticos, ter tanta gente a viajar, e não é viagem só de ida, é ida e volta, é surpreendente”, afirmou Mário Carvalho num encontro com jornalistas na ABAV Expo, a decorrer até sexta-feira em São Paulo.
Com 62% das vendas para os voos entre Brasil e Portugal a serem feitas no Brasil, Mário Carvalho salienta que “o mercado está bem aquecido e nós estamos com crescimentos este ano bastante acentuados”, com a tarifa média a aumentar e o load factor a ficar acima de 80% nas rotas da TAP entre os dois países.
Analisando apenas as rotas da transportadora portuguesa de e para o Sudeste do Brasil, o load factor chega a 90%, com a rota de São Paulo a ficar nos 94% a 95%.
Sobre a possibilidade de aumentar a frequência da rota de São Paulo, de dois por dia para três diários, como defendido, aliás, pelo fundador da CVC, Guilherme Paulus, em declarações ao PressTUR (clique para ler: Guilherme Paulus defende que voos entre Portugal e o Brasil poderiam “pelo menos dobrar”), Mário Carvalho diz que a TAP não tem equipamento ainda. “Mas é uma ideia que eu defendo”, afirmou o executivo, perspectivando que “o mercado aquecido da forma que está responderia”.
São Paulo é precisamente uma das rotas com mais passageiros nos voos da companhia aérea portuguesa de e para Brasil, a que se junta o Rio de Janeiro e Recife.
Dados do Aeroporto de Lisboa a que o PressTUR teve acesso mostram, aliás, que nos primeiros oito meses deste ano teve 1,08 milhões de passageiros de voos de/para o Brasil, com um aumento em 20,5% face ao período homólogo de 2016, destacando-se a rota de São Paulo, com 237,8 mil passageiros e um aumento em 29%.
A TAP, frisou Mário Carvalho, já ultrapassou também a marca de um milhão de passageiros este ano e a sua previsão é de que para o ano que vem, “se o PIB brasileiro subir 3%, que é o que os economistas dizem que vai acontecer, nós pretendemos crescer 10% com a capacidade instalada, e se o Brasil continuar da forma que está”.
Apesar de 62% dos voos entre os dois países serem vendidos no Brasil, o executivo admite que a situação na Europa “pode mudar por causa de problemas em destinos mais tradicionais para o europeu passar férias e o Brasil voltar a ser uma opção, até pelo câmbio”.
Contudo, “é óbvio que todas esta notícias, e [as notícias sobre violência] do Rio de Janeiro principalmente, atrapalham muito o negócio”, embora esse efeito ainda não esteja a ser sentido. Fonte: PressTUR