Por Nayara Oliveira
Neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, embarque em uma viagem pela história dos negros no Brasil e descubra os encantos da cultura deixada por nossos antepassados africanos.
Em Salvador (BA) são mantidas tradições africanas e afrodescentendes. Crédito: MTur
Foi na Serra da Barriga, antiga capitania de Pernambuco, hoje localizada em terras alagoanas, que o Quilombo dos Palmares fez história sobre a resistência negra contra a escravidão. E a data da morte de seu último líder, Zumbi, em 20 de novembro de 1695, marca hoje o Dia da Consciência Negra. O dia é comemorado em mais de mil municípios brasileiros e busca, sobretudo, refletir a respeito das dificuldades enfrentadas pela população negra tanto no passado quanto no presente, além de ressaltar a importância da cultura africana e o impacto positivo que ela teve na evolução da cultura brasileira.
Hoje, as tradições e ideologias do povo negro estão na política, sociologia, religião, arte, folclore e gastronomia do país e são responsáveis por trazerem traços únicos a grandes destinos turísticos brasileiros. É possível encontrar exemplos da influência africana em praticamente todo o território nacional, mas os estados do Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais influenciados. Confira algumas cidades que são excelentes opções de destinos para as próximas viagens:
União dos Palmares (AL) – A Serra da Barriga, em União dos Palmares, foi declarada Patrimônio Histórico do Brasil. Não é para menos: o lugar abrigou o maior quilombo brasileiro e foi onde Zumbi nasceu. A memória da luta do grande líder e das 30 mil pessoas que viveram no Quilombo dos Palmares é representada no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, local onde o turista revive a história por meio da representação de como era o quilombo.
São Luís (MA) – No século XVIII, o Maranhão foi um dos estados que mais recebeu escravos e os traços culturais desses novos moradores enraizaram na história e no cotidiano da região. Na capital São Luís existe um local que era depósito de escravos e hoje é um espaço cultural destinado a preservação da memória afro. Trata-se do museu Cafua das Mercês – também conhecido como Museu do Negro -, onde o visitante vai encontrar objetos, instrumentos e obras de arte remetentes ao período escravocrata.
Salvador (BA) – A capital baiana é a terra do axé. Cerca de 80% da população é de origem afrodescendente e a arquitetura do local comprova toda essa ancestralidade. No Centro Histórico, por exemplo, o Pelourinho, considerado o centro da cultura africana no Brasil, e a praça Terreiro de Jesus, onde se encontram prédios históricos da época do Brasil Colônia, vão encantar os turistas apaixonados por história. As delícias gastronômicas da cidade também trazem heranças africanas com pratos típicos de tempero forte como o acarajé, o abará, o caruru e o vatapá.
Rio de Janeiro (RJ) – A África também esteve presente na história da capital carioca e o Rio de Janeiro fica mais lindo ainda quando os turistas visitam o Circuito Histórico e Arqueológico da Herança Africana. O local inclui seis atrativos nos bairros de Santo Cristo, Saúde e Gamboa e relembram a vida dos africanos e seus descendentes na Região Portuária do Rio. O roteiro também inclui contato com capoeira, samba e aulas de percussão.
São Paulo (SP) – Em São Paulo uma boa pedida é o Roteiro Afro, que busca resgatar a história dos africanos que residiram na capital. A visita inclui um passeio cultural e o tour percorre, entre outros atrativos, a Casa das Áfricas, o Centro Cultural do Candomblé, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, o Museu Afro Brasil, o terreiro Axé Ilê Oba, o Centro de Cultura Asé Ylê do Hozzoane, e as comunidades do Samba da Laje, do Monte e da Vela. Fonte: Agência de Notícias do Turismo