Aeroportos do futuro evoluirão de terminais para atrações

Pode ser que não seja perceptível aos viajantes, mas muitos aeroportos ao redor do mundo estão passando por mudanças que visam atender as novas exigências dos usuários — oferecendo espaços como salas de ioga, como em São Francisco, ou mesmo jardim com borboleta, no Singapore Changi. Tais adaptações, que buscam atrair visitantes além de passageiros aos aeroportos, são apontadas como demandas futuristas.

Foto: Divulgação

Apesar disso, ainda que tais vantagens chamem a atenção global, vista geralmente em instalações de grandes investimentos, na Ásia ou Oriente Médio, a maioria dos passageiros das Américas e Europa mantêm a preferência por maior variedade de compras. Apesar disso, alguns especialistas garantem que há uma forte tendência para que tal paradigma mude.

Ao portal Skift, três arquitetos apontam que a perspectiva para os próximos anos são de que aeroportos regionais sigam pelo mesmo caminho, em uma espécie de senso de comunidade. Em breve, apontaram, um número maior de aeroportos deverá deixar de ser lugares pelos quais as pessoas devem ir para ser algo que realmente querem ir.

Confira a seguir algumas das tendências futuras.

EXPERIÊNCIA COMUNITÁRIA

O diretor de design da Gensler Los Angeles, Terence Young, acredita que os aeroportos aturarão como verdadeiras “praças” nas cidades, com opções de lazer como jardins, recreação infantil, cafés ou mesmo salas de ioga.

Ainda que a atualmente a presença de lojas seja forte, os viajantes deverão procurar por atividades que vão além de compras — seja por estresse, ansiedade ou mesmo questões econômicas. “Se os aeroportos puderem oferecer experiências mais ‘redondas’, eles se sentiram mais relaxados”, pontuou.

Young ainda acredita que os aeroportos poderão, enfim, criar o senso de comunidade, capazes de atender mesmo as necessidades de integração de seus funcionários. “Hoje, muitos deles transitam por ali sem criarem laços com o espaço. Mas a verdade é que tais funcionários são os verdadeiros moradores desses ‘países’, e os passageiros, os visitantes”, conclui.

ÁREAS DE LOBBIES E SEGURANÇA

É sabido que muitos passageiros pouco interagem com os funcionários dos aeroportos. Ainda que o contato seja direto, sobretudo durante a verificação de bagagens, as conversas são rápidas, isso quando ela é feita. Para o arquiteto da HKS, Pat Askew, há uma má distribuição quando os lobbies continuam com espaços enormes e os passageiros se amontoam em portões apertados.

À medida em que a triagem de segurança evolui, os aeroportos algum dia poderiam mudar ainda mais. Os arquitetos não são especialistas em segurança, mas sabem o suficiente para sugerir que os futuros terminais podem não ter estações de triagem. Em vez disso, eles dizem que a tecnologia poderia permitir que os aeroportos constantemente criem mais liberdade às pessoas — e suas malas — enquanto passam pelos terminais. Se os serviços de segurança adotassem a tecnologia, os arquitetos poderiam repensar o espaço agora dedicado à triagem.

MENOS ESTACIONAMENTOS

É verdade que há uma década parte dos viajantes não deixava o conforto de veículos privados pelo transporte público, embora trens e ônibus sejam eficientes na Europa. Hoje, algumas coisas mudaram: a popularização de aplicativos como Uber e Lyft têm esvaziado estacionamentos.

Essa, aliás, não é a única questão para a necessidade de estacionamentos estarem perdendo espaço. Algumas empresas já testam os carros sem motorista e talvez não demore muitos anos para os viajantes escolherem tal modalidade para se deslocarem até os aeroportos.

MAIS ESPAÇOS VERDES

Há projetos de ir além de simples espaços verdes, com animais e vida selvagem, mas como as pistas de decolagem e seus ruídos impedem a construção de áreas verdes na parte externa e nem sempre o interior dos edifícios é apto para tais construções, este é um cenário que ainda merece maturação. “A coisa mais difícil de colocar em um parque de aeroportos são, por motivos óbvios, pássaros”, pontua Young.

Para solucionar a estrutura dos aeroportos, compostos sobretudo por vidro revestido, em Cingapura o jardim de borboletas com um grande recurso de água. “É a primeira incursão para trazer a vida selvagem para dentro dos aeroportos”, destacou Young.

Segundo ele, seria uma tendência reverter os espaços destinados a estacionamentos para verdadeiros parques dentro de aeroportos.

 

*Fonte: Skift

conteúdo original: http://bit.ly/2CVwneI

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