Por Adilson Fonseca
A construção do novo Centro de Convenções, na área do antigo Aeroclube, na Boca do Rio, é a grande aposta do trade turístico da Bahia para alavancar o turismo durante o chamado período de baixa estação, que ocorre logo após o verão. Para os operadores do setor, que inclui desde agências de viagens a empresários do setor hoteleiros, o grande desafio será manter o fluxo de turismo em Salvador e no interior do estado depois de passado o verão e o período das festas populares, principalmente em Salvador.
Reunidos ontem em almoço no Yacht Clube da Bahia, na Barra, dirigentes das diversas entidades que representam e integram o Conselho Baiano de Turismo se reuniram não apenas para fazer uma avaliação do que foram 2017, mas principalmente traçar metas para 2018. Na busca por soluções que garantam o fluxo permanente de turistas em Salvador e no interior do estado, as obras de reformas do aeroporto de Salvador e a construção do novo centro de convenções na capital estão como principais prioridades.
O aeroporto, que foi privatizado no ano passado e passa a ser administrado por uma empresa francesa, passará por reformas estruturais, aumentando a capacidade de estacionamento das aeronaves, aumentando dos atuais 11 pontos de embarque para 23, além da ampliação do terminal de passageiros e estacionamento, e infraestrutura interna, como maior área para check in, embarques e desembarques domésticos e internacionais.
O que seria a grande novidade, a construção de uma segunda pista de aterrissagem e decolagem, paralela à existente de 3.100 metros, não deverá ser construída nos próximos anos. Isso porque, conforme explicou o presidente do Conselho Baiano de Turismo e da Salvador Destination, Roberto Duran, só deverá ocorrer quando o movimento de embarque e desembarque de passageiros atingir patamares mais altos. “Por enquanto a pista auxiliar, em paralelo, é suficiente para atender a demanda, sem comprometer ter o fluxo de aeronaves”, explicou.
Ano perdido – O aquecimento do turismo é uma das principais atividades geradoras de emprego em Salvador, não apenas de forma direta, com hotelaria, bares e restaurantes, mas com outras 53 atividades ligadas ao setor. Por causa disso, o Trade Turístico reunido ontem em Salvador renovou o apelo para que tanto o Governo do Estado como a Prefeitura renovem os esforços para divulgar de forma mais objetiva Salvador e as demais zonas turísticas do Estado em outras regiões do país e no exterior.
O vice-presidente do Conselho baiano de Turismo, Paulo Gaudenzi, explicou que em 2016 a pasta de turismo só recebeu 0,41% do orçamento geral do estado, ou o equivalente a R$ 175 milhões, percentual este que caiu para 0,37% do orçamento no ano passado. Para este ano, o orçamento prevê apenas R$ 116 milhões, ou o equivalente a 0,26% do orçamento. “isso demonstra que o setor não é encarado como prioridade na geração de emprego e renda na economia da Bahia”, disse.
Tanto o presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação, Silvio Pessoa, como do Sindicato das Empresas de Turismo (Sindetur), Luis Augusto Leão, foram enfáticos ao afirmar que 2017 foi um ano para ser esquecido do ponto de vista turístico em Salvador. Para este ano, contudo, eles estimam um crescimento entre 12% a 14% do fluxo turístico durante o verão.
Silvio Pessoa esclareceu que a cidade deve estar tendo uma circulação diária em torno de 200 mil visitantes, entre os que permanecerão durante todo o verão na capital baiana, e aqueles que passam apenas alguns dias. A capacidade hoteleira da cidade é de cerca de 43 mil apartamentos, com uma ocupação atual em torno de 90% em janeiro e que deverá ficar na média entre 76% a 80% durante todo o verão. Pessoa lembrou que na economia do estado, o turismo representa 7% do produto Interno Bruto (PIB)