A Copa do Mundo 2018 acontecerá entre 14 de junho e 15 de julho em 11 cidades da Rússia, e muitos brasileiros viajarão ao destino pela primeira vez para torcer pela seleção canarinho. No entanto, muitos turistas ficam inseguros ao planejar a sua viagem a uma região que tem um estilo de vida, idioma e política muito diferentes do que estamos acostumados.
Em colaboração ao Portal PANROTAS, o russo Alexey Alexeev, que grava vídeos em português com dicas de cultura e viagem para mais de 354 mil inscritos no seu canal do Youtube, destacou os principais detalhes que o viajante brasileiro deve se preocupar em relação ao planejamento. E não precisa entrar em pânico: segundo ele, o destino não é um bicho de sete cabeças e promete ser bem mais acolhedor do que parece.
Confira:
VOOS E DOCUMENTOS
Até o momento, não há voos diretos do Brasil para a Rússia. Geralmente, as companhias aéreas oferecem trechos com conexão na Europa, África ou Oriente Médio. Há nove anos, os dois países assinaram um acordo que dispensa a necessidade de visto para viagens de até 90 dias. Para entrada, é necessário apenas que o passaporte seja válido por, no mínimo, seis meses após o fim da viagem.
Para que não haja problemas na imigração, é indicado levar impressa a passagem de volta, comprovantes de hospedagem e financeiros, como cartão de crédito internacional e dinheiro. Outro objeto que pode facilitar o atendimento, em geral, nas cidades é o Cartão de Torcedor (Fan ID), emitido após a compra dos ingressos pelo site oficial da Fifa.
MOEDA E TRANSPORTE PÚBLICO
A moeda oficial da Rússia é o rublo: para fácil entendimento, um real vale aproximadamente 17 rublos. “Ao chegar, o turista deve passar pelo câmbio, retirar a moeda local e sempre andar com boa quantidade de dinheiro porque nem todos os estabelecimentos, incluindo restaurantes e bares, aceitam cartão de crédito ou débito, como no Brasil. Apenas em cidades maiores esse serviço fica mais acessível.”
O transporte público oferece opção de ônibus, metrô e tranvai, um veículo que lembra o estilo dos bondinhos, movido à eletricidade – esse modelo está disponível apenas em Moscou e São Petesburgo. Para economizar, há postos que vendem um tipo de bilhete único chamado Troika, que oferece desconto na compra das passagens. Por exemplo, uma passagem avulsa custa 55 rublos e, ao recarregar o cartão, o preço reduz a até 29 rublos, de acordo com a cota adquirida. E para viajar de uma cidade-sede para a outra sem considerar o transporte aéreo, deve-se optar pelo trem, na maioria dos casos.
“O serviço de ônibus na Rússia não é muito bom e costuma demorar. Já o trem é indicado para trechos não muito longos, do tipo Moscou-São Petesburgo ou Moscou-Kazan”, indica Alexeev. “Os veículos têm opção com camas e dá para trocar experiência com os moradores locais. Todo brasileiro tem que fazer pelo menos uma viagem de trem com duração de doze horas para tomar chá e conhecer melhor os russos. Para viajar até a Sibéria, é melhor pegar um voo e evitar dias na estrada.”
CLIMA E GASTRONOMIA
A Copa do Mundo vai acontecer durante o período de verão, algo que pode causar uma falsa impressão sobre o clima russo, mas que deixará os brasileiros despreocupados em relação ao que vestir nessa época. “Na Rússia, temos um fenômeno curioso: se neste ano o verão é muito quente, no próximo será frio. Mas em 2018 a previsão é de muito calor, na faixa de 30 a 35 graus Celsius. Por isso, é recomendado levar roupas leves, aponta Alexeev.
A comida padrão da Rússia promete agradar a todos os tipos de paladares, já que o país é berço para várias influências gastronômicas. “É comum encontrar espetinhos de carne com vegetais, comida árabe e alguns pratos originais da Ásia Central. Já em restaurantes e bares comuns, há muita influência do Leste da Europa, mas algo que surpreende até mesmo os norte-americanos é que o nosso fast foodtem qualidade alta.”
Alexey Alexeev destaca que o país é bastante receptivo e uma boa experiência é resumida ao ditado “gentileza gera gentileza”. Sobretudo, nas cidades menores a população costuma olhar com mais atenção aos visitantes. “Os russos adoram saber mais da cultura dos turistas, de onde eles vieram.”