Por Darse Júnior
Apontadas como um dos principais diferencias do Brasil em relação aos demais destinos turísticos internacionais, as unidades de conservação registraram um salto de 20% no número de visitantes em 2017 na comparação com o ano anterior. De acordo com dados apresentados em primeira mão pelo presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, 10,73 milhões de pessoas visitaram atrativos naturais sob a gestão do instituto.
“Temos um enorme potencial a desenvolver nessa área. Somos considerados o número um do mundo em atrativos naturais e precisamos explorar melhor esse nosso diferencial sempre de forma sustentável”, comentou o ministro do Turismo, Marx Beltrão. De acordo com o estudo de competitividade no turismo do Fórum Econômico Mundial, entre 136 países avaliados, o Brasil ocupa a primeira colocação no quesito atrativos natural.
“É preciso entender que, para desenvolver o turismo nas unidades de conservação, precisamos primeiro criar condições de o turista chegar até elas por meio de estradas e aeroportos, mas nem sempre temos essa infraestrutura”, afirmou Ricardo Soavinski. O presidente do ICMBio sustentou que a entidade tem se fortalecido e a criação de um fundo com recursos de compensações ambientais criado por Medida Provisória vai ajudar na estruturação e abertura dos parques. Atualmente, o ICMBio estuda a viabilidade de concessões dos serviços públicos em 18 parques nacionais.
Para Pedro Passos, presidente do Conselho de Administração da Natura e fundador do Semeia, apesar de ter registrado aumento nas visitações das unidades de conservação, o Brasil precisa avançar muito mais. “Enquanto agora passamos dos 10 milhões de visitantes, os EUA registram mais de 300 milhões”, comentou Pedro Passos.
O editor da entidade do terceiro setor e idealizador do Wikiparques, Eduardo Pegurier, também traçou um paralelo entre parques nacionais e dos EUA. “Mesmo se computarmos as distorções do câmbio e o tamanho da população, vamos perceber que os nossos parques nacionais estão muito aquém do potencial de visitação”, afirmou. Ele ressaltou que a visitação ajuda, inclusive, na preservação das espécies. “As áreas de visitação são mínimas se comparadas com o tamanho total dos parques e o faturamento ajuda no desenvolvimento de pesquisas e preservação das fauna e flora”, comentou.
Também participaram do painel sobre o desenvolvimento sustentável do turismo nos parques, o presidente do Grupo Cataratas do Iguaçu SA, Bruno Marques, e o idealizador da transcarioca, Pedro Cunha Menezes. O painel fez parte do evento Mais Turismo, Mais Emprego e Renda promovido pelo jornal O Globo, em parceria com o Ministério do Turismo.