Há um ano, viajantes de negócios entraram em pânico com a proibição de laptops e tablets nos Estados Unidos e no Reino Unido em voos que partiam de determinados países do Oriente Médio e do Norte da África. Embora essa proibição tenha sido retirada, a experiência aumentou o foco da empresas na proteção de dispositivos e dados dos viajantes.
Violações de dados e relatos de dispositivos eletrônicos sendo fiscalizados em fronteiras estão motivando as empresas a pedir aos viajantes que tenham mais cuidado com as informações valiosas que podem ser expostas.
Em outubro do ano passado, o comissário de Alfândega e Proteção de Fronteira dos EUA, Kevin Mc Aleenan, testemunhou que foram fiscalizados mais de 30 mil dispositivos eletrônicos no ano fiscal de 2017, contra cerca de cinco mil no ano fiscal de 2012. Mc Aleenan observou que o número atual representa menos de um centésimo de um por cento dos viajantes, porém, o aumento tem deixado os gestores de viagens preocupados.
As preocupações com privacidade também podem se estender às mídias sociais. A U.S. Travel Association expressou “sérias reservas” sobre uma nova proposta do governo Trump que exigiria que os solicitantes de visto dos EUA fornecessem nomes de usuários de redes sociais como Facebook e Twitter.
“Esses novos padrões de avaliação de mídias sociais afetariam os visitantes de países que estão se expandindo rapidamente como lucrativos mercados de viagens internacionais, como China e Índia, e poderiam diminuir a capacidade dos EUA de capitalizar nesse crescimento”, afirmou a vice-presidente de Relações Públicas da U.S. Travel Association, Patricia Rojas-Ungár.
“Apesar da proibição dos laptops no ano passado ter sido suspensa, empresas e viajantes se veem constantemente preocupados com a segurança dos dispositivos e com a melhor forma de proteger seus dados”, ressaltou o diretor de Segurança de Informações da American Express Global Business Travel, Allen Allison. Criptografar um disco rígido portátil pode proteger dados em um dispositivo, mas erros humanos acabam interferindo nesse processo.
As falhas nos programas de criptografia podem deixar alguns dispositivos parcialmente criptografados ou, em alguns casos, completamente desprotegidos, colocando em risco dados confidenciais e pessoais. Outros pontos fracos tendem a ser drives USB e telefones celulares, que são facilmente roubados. Allison recomenda tratar telefones celulares como laptops e criptografá-los, definindo uma senha forte.
SOLUÇÕES POUCO ABRANGENTES
As políticas de dados corporativos, em muitos casos, têm sido reativas e não abrangentes. “Depois do ano passado, as empresas apresentaram respostas diferentes”, afirma o diretor executivo da Associação dos Executivos de Viagens Corporativas, Greeley Koch. Apesar do inconveniente, algumas empresas começaram a exigir que os funcionários viajassem com laptops emprestados e sem nenhuma informação comercial importante. Os funcionários se conectariam à rede da empresa usando uma rede privada virtual segura, ou VPN, durante a viagem, e depois devolveriam o laptop no final da viagem.
Grandes empresas globais, acrescentou Koch, às vezes pediam aos funcionários que não viajassem com nenhum computador. Os viajantes só usavam os laptopsquando chegavam ao escritório local, mas essa política dificultou muito o trabalho, especialmente com tanto tempo perdido durante longos voos. “Os funcionários diziam que isso estava realmente impactando a produtividade quando não podiam viajar com um laptop“, conta Koch.
Alguns tentaram encontrar um meio termo. Recentemente, Koch esteve em uma viagem com um executivo sênior de uma empresa do setor de viagens e descobriu que ele agora viaja com um iPad conectado a uma rede de celular, que é mais difícil de hackear do que uma rede pública de wi-fi.
“Fazer parte de uma economia global significa estar conectado o tempo todo”, afirma Koch. Dada a crescente preocupação com fiscalizações de fronteira e hackers, ele acrescenta: “Espero que isso não atrase as coisas no futuro”.
*Fonte: Panrotas
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