Inovação em design é trunfo do luxo da Seabourn

Por Renato Machado

ITÁLIA – Para justificar a posição de destaque que ocupa na indústria de luxo, a Seabourn Cruise Line trabalha com detalhes, seja na atenção dos funcionários com os passageiros, seja na escolha meticulosa de destinos. No entanto, é no design de suas embarcações que a armadora busca se diferenciar do restante do mercado.

Detalhe da estilosa escadaria do Seabourn Ovation. Foto: Renato Machado

Ao desenhar o interior de sua nova família de navios, os Encore, a Seabourn fugiu à regra da indústria, acostumada a contratar especialistas em decoração de cruzeiros, e foi atrás de um renomado designer de hotéis e restaurantes: Adam Tihany. A ideia era fugir do óbvio, reinventar espaços, desafiar as estruturas e evitar o lugar comum que a decoração de cruzeiros pode ter.

Nas áreas externas a configuração também segue, em detalhes como toldos e beiradas das piscinas

“Muitas armadoras estão procurando por designers não-marítimos, buscando variedade, coisas diferentes”, conta o presidente da companhia, Rick Meadows, que pediu a Tihany por uma “evolução”. “Eu sou socialista. Não existe evolução sem revolução”, afirmou o premiado designer, tirando risadas dos jornalistas.

O designer Adam Tihany explica detalhes do projeto a jornalistas. Foto: Renato Machado

Tihany contou que, ao longo do processo de criação, sua busca era incessante por um resultado “sexy”. “Eu queria algo tátil, que mexa com os sentidos, que seja aconchegante e amigável.” Havia uma preocupação, no entanto, com grandes mudanças.

Em 30 anos de história, completos neste 2018, a Seabourn criou uma clientela fiel e, evidentemente, composta por passageiros abastados e exigentes. Mudar sem descaracterizar o produto era o desafio. “Tínhamos o receio de que os hóspedes não encontrassem as coisas, por isso deixamos praticamente tudo em seus locais usuais”, explica.

Um dos destaques do navio, o restaurante The Grill by Thomas Keller também contou com a expertise de Tihany

A “revolução” veio, por exemplo, na praça central do navio, no déque 7. “Nós abrimos a caixa, giramos a posição dos concierges e o lugar inteiro se abriu completamente.” Ao invés de uma recepção comum para o atendimento dos passageiros, Adam criou uma espécie de lobby de hotel. Colocou as mesas circularmente no centro do salão, abrindo espaços e criando uma área social, com café, poltronas e loja. Apesar do receio prévio, o retorno positivo foi imediato.

Outra característica dos navios pensados por Adam, o Encore e o Ovation, é o uso de linhas curvas. O designer abusa de formas circulares e brinca com os olhos do observador, criando ilusões para que os espaços sejam maiores do que realmente são.

O resultado é exatamente o que o criador buscava ao inciar o projeto, ambientes aconchegantes e amigáveis e que em nada nos lembra navios de cruzeiro. Na prática, a sensação é a de estar hospedado em um resort de luxo.

 

 

Fonte: Panrotas

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