Os hotéis e cassinos de Las Vegas devem enfrentar uma greve de dezenas de milhares de seus funcionários a qualquer momento a partir do dia 1º de junho, após uma votação com 25 mil trabalhadores ligados a sindicatos da cidade aprovarem, nesta semana, a paralisação das operações – nenhuma data para a parada está marcada até o momento.
A medida pode deixar 34 propriedades da Las Vegas Strip, principal via da cidade, além do centro, sem camareiras, garçons, cozinheiros, recepcionistas, bartenders e outros funcionários importantes para o funcionamento dos empreendimentos – o que pode obrigar uma interrupção temporária de suas operações em junho.
Como informado previamente, o resultado confirmado como favorável à greve não afeta imediatamente os cassinos, mas dá aos sindicatos um poder considerável de barganha, já que os profissionais podem agora impor uma paralisação em qualquer data de junho.
De acordo com o site Travel Weekly, o contrato de cerca de 50 mil trabalhadores ligados ao sindicatos da cidade expiram à 0h da próxima quinta (31) e, até o momento, nenhum acordo entre funcionários e redes de cassinos e hotéis foi acertado. A principal reivindicação é um novo contrato de cinco anos, com aumento de salários, segurança na manutenção dos empregos do setor contra a crescente adoção de tecnologia nos hotéis-cassinos, e ainda o fortalecimento da linguagem contra o assédio sexual.
“Estamos em negociações com as empresas, mas elas não estão dando aos trabalhadores o que eles merecem de acordo com a economia neste momento”, disse uma das representantes do sindicato de Culinária de Las Vegas, Geoconda Arguello-Kline, ao Travel Weekly durante a votação. “Eles são muito bem sucedidos, e tem muito dinheiro”.
QUEM SERÁ AFETADO
Estão entre as 34 propriedades que seriam afetadas o Caesars Palace, o Planet Hollywood, o Bellagio, o MGM Grand, o Stratosphere, o Treasure Island, o The D, o Downtown Grand e o El Cortez.
A MGM Resorts International e a Caesars Entertainment seriam as mais afetadas, já que operam mais da metade das propriedades que seriam atingidas por uma possível greve.
Ambas as empresas já disseram que devem equipar as governantas com botões de pânico contra assédio sexual, e se dizem confiantes de que poderão alcançar acordos mutuamente benéficos com os sindicatos.
Já o Caesars divulgou um comunicado dizendo que espera chegar a um acordo com o sindicato “por volta de 1º de junho”.
PRIMEIRA EM TRÊS DÉCADAS
Se a greve realmente se concretizar, será a primeira na cidade desde 1984, quando uma paralisação de 67 dias custou dezenas de milhões de dólares à cidade, seus hotéis, cassinos e os trabalhadores de Las Vegas. A última ameaça de uma interrupção do tipo aconteceu em 2002, mas os sindicatos chegaram a um acordo com os empreendimentos antes que uma paralisação acontecesse. Fonte: Panrotas.