A maior parte das fraudes com despesas em viagens corporativas não é detectada devido aos pequenos valores envolvidos, porém, uma pesquisa realizada pelo provedor de tecnologia de despesas Chrome River descobriu que essas ‘despesas sutis’ custam às empresas norte-americanas US$ 1,9 bilhão por ano.
Os funcionários de nível médio são os infratores mais frequentes, principalmente homens com menos de 44 anos. O valor médio que os funcionários admitiram roubar está entre US$ 100 e US$ 499 por ano, e aqueles que foram pegos contam que geralmente recebem apenas uma advertência em vez de sofrerem consequências mais graves.
“O mais intrigante nisso é que geralmente a quantidade de dinheiro que as pessoas estão roubando por meio da fraude é pequena, mas o risco que estão assumindo para suas vidas pessoais e carreira é enorme”, salienta o CEO da Chrome River, Alan Rich.
Ele conta que os viajantes podem surpreender quando se trata de fraude. “Certa vez uma empresa notou em nosso sistema que o valor de um recibo não correspondia aos dados recebidos de um dos fornecedores. Nosso pessoal de suporte estava pensando que havia um bug no sistema, mas eles descobriram que o usuário havia usado o Photoshop e modificado o valor no recibo. Foi por US$ 9 e o viajante alterou para US$ 18”, conta Rich.
Segundo ele, há dois tipos de pessoas que cometem erros ou fraude de despesas: aquelas que se atrapalham ao colocar suas despesas no sistema, geralmente por acidente devido à fadiga ou a muitos coquetéis, e as que criam um esquema para ganhar um pouco de dinheiro extra ao longo do tempo. Para estas últimas, o risco não vale a recompensa, agora que as empresas têm sistemas automatizados para rastrear despesas.
Ele lembra que os fraudadores não costumam reservar voos extras ou estadas de hotel nos cartões corporativos, porque esse tipo de gasto é elevado e chama mais a atenção. As formas mais tradicionais e discretas de corrupção são as que mais devem preocupar os gestores de viagens e empresas.
Um fatos intrigante, no entanto, é que muitos gestores ainda não dão a devida atenção a essas fraudes. “Não estamos vendo muita demanda por sistemas de fraude de nossos clientes”, conta o cientista chefe de Dados da Carlson Wagonlit Travel, Eric Tyree. “A maior parte das preocupações ainda gira em torno de reservas fora da política de viagens e reservas off-line (que não usam os serviços da TMC)”, comenta Tyree.
Ele acha, no entanto, que há muito mais fraudes acontecendo do que as empresas estão dispostas a admitir. “Se um sistema pode ser explorado, há uma pequena porcentagem de pessoas que tentará explorá-lo. No entanto, o investimento em sistemas antifraude deve ser proporcional ao risco que representa para o negócio. Auditorias podem ser usadas para determinar esses riscos e calibrar uma resposta apropriada”, conclui o executivo. Fonte: Panrotas.