Por Adilson Fonsêca
Salvador ganha uma nova vertente no turismo já a partir do próximo ano, além das matrizes de beleza natural, diversidade religiosa, manifestações culturais e gastronomia:o turismo de negócios. Com o novo Centro de Convenções, cujas obras devem ser concluídas em setembro do próximo ano, a cidade já se insere no calendário no cenário nacional e internacional de eventos, já programados para os próximos três anos.
É o que deixou bem claro o prefeito ACM Neto, que ontem pela manhã apresentou para empresários e para o trade turístico, as perspectivas que o novo Centro de Convenções já traz para a cidade nos próximos anos. Este ano, conforme as estimativas feitas pela Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador (Saltur), nove milhões de turistas nacionais e estrangeiros. Esse número é 10% acima do que foi verificado no ano passado, entre os meses de janeiro e dezembro..
Na apresentação feita ontem no Wish Hotel, no Campo Grande, em Salvador, o prefeito ACM Neto destacou a importância do novo equipamento estar em funcionamento já no próximo ano, ao afirmar que o turismo de negócio e eventos permite que a cidade mantenha um ritmo de atividades turísticas ao longo do ano, “e não apenas no período do verão”, destacou. As obras começaram no mês de setembro com previsão de um ano para a sua conclusão.
O prefeito disse ainda que de 2015, quando foi fechado, até agora, a desativação do Centro de Convenções gerou um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões à cidade, não só na redução do fluxo de visitantes, mas em diversas atividades direta ou indiretamente ligadas ao turismo, desde a hotelaria aos bares e restaurantes e eventos. “Hoje a gente começamos a construir uma realidade, como novo Centro de Convenções, e recolocamos Salvador no cenário nacional e internacional de eventos”, disse, ao se referir ao compromisso de agenda que já começa a se estabelecer com o novo equipamento para até o ano de 2022.
Investimentos e otimismo – Antes mesmo de entrar em operação, o novo Centro de Convenções, que está sendo construído na Boca do Rio, já tem mais de 30 propostas de agendamento feitas, de entidades nacionais e internacionais, que se programam para vir a Salvador nos próximos três anos. No final de 2019 a capital deverá sediar o Congresso Nacional de Hotelaria, com previsão de mais de oito mil participantes de todos os estados brasileiros, em evento organizado pela Agência Nacional dos Agentes de Turismo e de Viagens.
Segundo explicou o secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Cláudio Tinôco, já existem compromissos, aguardando apenas as negociações de datas, outros 30 eventos, alguns deles de porte internacional, para pelo menos até dezembro de 2022. “O equipamento desperta o interesse dos empresários, por se mostrar algo altamente rentável do ponto de vista de agendamento de eventos”, disse.
A apresentação do Projeto de Viabilidade Econômica do Centro de Convenções de Salvador, ontem pela manhã, reuniu representantes da Federação do Comércio, da Associação dos Agentes de Viagens e da Indústria de Hotéis, do Trade Turístico e de empresários ligados às empresas e consórcios que administram centros de convenções no Brasil. Evento semelhante foi apresentado pelo prefeito ACM Neto em São Paulo, na semana passada.
Já no próximo mês a Prefeitura deverá estar divulgando o edital de manifestação de interesses das empresas e consórcios que se habilitarão a explorar o novo centro de convenções, e já em dezembro, deverá ser lançado o edital definitivo que vai indicar que empresas ou grupos irão administrar o novo equipamento. Até abril do ano que vem, vencendo todas as etapas da licitação, deverá ser divulgada a vencedora da concorrência.
Quem for administrar o novo Centro de Convenções terá que investir inicialmente R$ 10 milhões na outorga, que vai valer por 25 anos, e mais R$ 14 milhões na compra de equipamentos para mobiliário do novo equipamento. A partir do sexto ano de operação, terá que se comprometer a pagar ao município, 5% do faturamento bruto, que inclui não só a captação de eventos, mas a exploração de todos os demais equipamentos que farão parte do local, desde estacionamento, restaurantes, shows, etc.
Obra destrava o turismo de eventos
Parado desde 2015, quando após sucessivas reformas terminou sendo desativado, o Centro de Convenções da Bahia, localizado no bairro Don Stiep, deixou uma lacuna de mais de R$ 2 bilhões em prejuízos para o turismo em Salvador, e deixou a capital baiana fora dos roteiros de grandes empresas organizadoras de eventos, simpósios e congressos nacionais e internacionais.
Com o formato de uma pomba, símbolo da bandeira de Salvador.o Centro de Convenções está sendo construído à beira mar, na Praia da Boca do Rio, em uma área de pouco mais de 103 mil metros quadrados, das quais 36 mil m² de área construída. Terá a capacidade para receber 14 mil pessoas simultaneamente em congressos e convenções.
Haverá dois locais para shows, cada um com capacidade para 20 mil pessoas, um externo ao equipamento e outro interno, com 28 camarotes de 50 metros quadrados que serão moduláveis e irão atender aos dois espaços multiusos, tanto o de fora do centro quanto o de dentro. Esses camarotes poderão se transformar em salas de reunião quando não houver shows.
Terceira maior estrutura municipal do tipo no país, o Centro de Convenções de Salvador contará ainda com oito auditórios moduláveis de 800 metros quadrados cada. Terá também seis salões de 522 metros quadrados cada, 12 salas de 236 metros quadrados e 28 de reuniões que irão virar camarotes tanto para os shows externos quanto internos quando houver necessidade, todos moduláveis. O estacionamento será para mais de 1,4 mil veículos.
O equipamento terá três pavimentos. No nível térreo (o mesmo do antigo Aeroclube), estarão os auditórios, seis salões moduláveis de 522 metros quadrados cada um, uma praça de exposições de 2,5 mil metros quadrados e dois foyers independentes de mil metros quadrados cada. O acesso ao equipamento será através do pavimento intermediário, por meio de uma grande esplanada localizada de frente para a rua.
