A instabilidade política e econômica na América Latina não se restringiu apenas a Brasil e Argentina, países que mais sofreram com desvalorizações cambiais e altas nos preços dos combustíveis em 2019. Segundo relatório da Centre for Aviation (Capa), o futuro do mercado envolvendo o México e os Estados Unidos também vive um período de incertezas, tanto que a Aeroméxico, maior companhia aérea mexicana, cortará cinco rotas entre os países em 2019.
De acordo com dados da Capa e da OAG, o número de assentos comercializados em voos entre os vizinhos da América do Norte registrou um pico máximo em dezembro de 2017, quando cerca de 473 mil bilhetes aéreos foram vendidos. Desde então, tal marca não foi mais atingida e as previsões para dezembro desse ano não parecem das mais promissoras.
Segundo informações, voos da Aeroméxico entre a Cidade do México e Washington, Boston e Portland serão retirados no próximo ano, assim como operações que ligam Monterrey e Guadalajara, no México, a Las Vegas e San José, nos Estados Unidos, respectivamente.
PARTICIPAÇÃO DE MERCADO
Ao todo, 15 companhias aéreas realizam voos entre Estados Unidos e México, com destaque para a American Airlines e a United Airlines, donas das maiores quantidades de assentos comercializados nos últimos anos. Entretanto, a evolução das companhias foi quase que inversamente proporcional na comparação entre 2017 e 2018. Enquanto a primeira subiu sua participação de 19,4% para 19,6%, a segunda caiu de 20,3% para 18,9% no mês de novembro.
No mesmo período analisado, Aeromar, Interjet, Jetblue, Southwest, Spirit, Viva e Volaris registraram acréscimos de share, enquanto Aeromexico, Alaska, Frontier, Sun Country, Delta e Virgin sofreram recuos no mercado.
No caso da Southwest Airlines, o México representou 44,7% das suas viagens internacionais em novembro de 2018, com opções de rotas a Puerto Vallarta, Cancun e Cidade do México. Porto Rico (18%), Jamaica (8,8%), Cuba (5,9%), República Dominicana (5,5%), Costa Rica (4,8%) e outros países (12,4%) seguiram na lista de operações da companhia.
REFORMA CANCELADA
Em outubro, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, consultou a população nacional em relação à reforma do Aeroporto Internacional Benito Juárez, na capital do país, iniciada por seu antecessor, Enrique Peña Nieto. A obra, que já estava em andamento e custaria cerca de US$ 13 bilhões aos cofres públicos, não seguirá seus planos iniciais graças a 70% de votos contrários a sua execução. Fonte: Panrotas.