O negócio da manutenção e engenharia da TAP no Brasil, a ex-VEM (Varig Engenharia e Manutenção), atingiu o equilíbrio operacional em 2018 e deverá alcançar em 2019 um lucro operacional de três milhões de euros, disse Antonoaldo Neves, CEO da TAP.
“A VEM hoje é uma solução para a TAP. Nós já não temos hoje [a fábrica] de Porto Alegre, encerramos esta operação, e precisamos muito – e valorizamos muito – do trabalho da TAP Manutenção e Engenharia no Galeão [no aeroporto do Rio de Janeiro]. Assinamos um contrato de arrendamento do ‘hangar’, temos aproximadamente 500 trabalhadores em toda a operação (eram quase 2.000 no final do ano passado) e agora equilibrou a oferta com o procura”, afirmou Antonoaldo Neves num almoço com jornalistas ontem em Lisboa.
O desempenho da TAP Manutenção e Engenharia, detida pela TAP SGPS, tem sido ao longo dos anos penalizador dos resultados do grupo. Por exemplo, em 2017, quando o Grupo TAP obteve um lucro de 21,2 milhões de euros – compensado pelo negócio da aviação –, face a um prejuízo de 27,7 milhões registado em 2016, a ex-VEM registou perdas de 50,1 milhões de euros (31,9 milhões de euros no ano anterior).
“Aconteceu uma coisa muito interessante (…): as companhias aéreas aumentaram muito o tamanho dos aviões e o que aconteceu no Brasil é que houve uma diminuição da frota brasileira, com aviões maiores em muitas companhias aéreas. Então, a procura pela manutenção mudou muito nos últimos anos. A capacidade que tínhamos instalado lá era muito maior do que o mercado precisava. Assim, esse ajuste que fizemos [com o encerramento de Porto Alegre] permitiu resgatar a rentabilidade e hoje, por exemplo, em Janeiro, Fevereiro e Março vamos ter quatro aviões da TAP, fazendo longo curso, a fazer lá a manutenção, pois não cabe aqui em Portugal. Não tem espaço [em Portugal]”, disse.
Antonoaldo Neves garantiu, por isso, que hoje a TAP Manutenção e Engenharia Brasil é “um activo importante”, acrescentando que é “falamos pouco, mas a TAP Manutenção e Engenharia em Portugal é muito importante para a TAP. Este ano foram 170 milhões de euros em manutenções de motores para companhias aéreas como a KLM, Lufthansa, Blue, Aigle Azur”, entre outras.
“É um volume de operação enorme, que gera rendimento e trabalho qualificado e isso também foi tudo construído ao longo dos anos na TAP. A TAP Manutenção e Engenharia é hoje muito mais boas notícias. (Agora) é olhar para a frente e vender mais serviços, mais motores”, reforçou.
Em 24 de Setembro, o antigo CEO da TAP Fernando Pinto, constituído arguido com outros cinco ex gestores na investigação à compra da Varig Engenharia e Manutenção (VEM), assumiu que o negócio “não foi uma aposta boa”.
“Os números da aviação são muito grandes. É importante que se ponham as coisas no seu devido lugar. Não deu certo, não ganhamos, é verdade. Esta aposta não foi boa, mas tivemos muitas outras apostas que deram certo”, afirmou na altura, depois de ter recebido o grau ouro das medalhas de mérito do Turismo, no Ministério da Economia, em Lisboa.
Fonte: PressTUR com Agência Lusa