Como a aviação global sofrerá com as mudanças climáticas

Por Marcos Martins

As mudanças de temperatura, nível do mar e precipitações (chuva e neve) são alguns elementos da natureza que deverão afetar, cada vez mais, a aviação nos próximos anos. De acordo com a Centre for Aviation (Capa), estão em jogo o desempenho, infraestrutura e padrões de demanda das aeronaves.

Mais de 1,5 mil voos foram cancelados no início de 2018, nos Estados Unidos, por causa de uma tempestade de neve. Foto: Reprodução/Instagram/Ianservin

Além disso, há riscos de pontualidade, turbulências e possíveis cancelamentos de voos, prejudicando o rendimento das empresas. Para evitar problemas significativos, será necessário um planejamento rápido das companhias aéreas globais.

Segundo pesquisa da Eurocontrol, organização europeia de segurança na aviação, 86% dos entrevistados do mercado local consideram que as ações para reduzir os impactos da mudança climática podem ser necessárias agora ou no futuro. No entanto, quase a metade (48%) ainda não começou a planejar algum tipo de adaptação.

ALTAS TEMPERATURAS

De maneira geral, a Europa sofre com um aquecimento climático a uma taxa mais rápida que a média global. A previsão é que algumas partes do continente sofram aumentos de 4ºC a 5ºC na temperatura até o final do século, com expectativa mínima de pelo menos 2ºC de alta, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC).

Além dos aumentos médios, a mudança climática está levando a um maior intervalo de temperaturas extremas, que têm impacto no desempenho das aeronaves, por exemplo, reduzindo a elevação. A carga útil e o alcance dos aviões também serão afetados, além da infraestrutura dos aeroportos, incluindo danos por calor nas pistas.

CHUVA, NEVE E VENTOS

Ainda sobre o continente europeu, devem ocorrer menos chuvas no Sul e mais no Norte sendo que, globalmente, haverá mais precipitação forte tanto de chuva quanto de neve. Esses padrões elevados deverão gerar atrasos e cancelamentos de voos, além de possíveis ocorrências de inundação de aeroportos, em cenários extremos, complicando o acesso.

Ainda há muita incerteza no tipo de tempestades, mas a frequência deve aumentar, particularmente no outono e inverno no Atlântico Norte e centro da Europa. No Mediterrâneo, é possível que tenha menos ciclones tropicais, mas a intensidade destes deve aumentar.

Outro elemento preocupante é a intensidade dos ventos, que são capazes de gerar turbulências mais frequentes e fortes. Vale lembrar que a prevenção desses impactos, incluindo a realocação de aeroportos, mudanças de cronograma e desenvolvimento de terminais secundários, significará aumento de custos.

*Fonte: Panrotas

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