Por Geraldo Gurgel
Os impressionantes cânions do Parque Nacional de Aparados da Serra e da Serra Geral, em Santa Catarina, compõem o roteiro turístico que, além dos cânions e muitos outros atrativos naturais. A região une o gosto do visitante pelo ecoturismo às tradições culturais e culinária da região colonizada por italianos, portugueses e alemães. As expedições desbravam o interior dos cânions, situados entre as serras recortadas abruptamente, e partem de cidades que estão pertinho das praias do litoral sul do estado, a maioria delas acessadas pela BR-101, que liga Santa Cataria ao Rio Grande do Sul.
A parte superior, conhecida como “Campos de Cima da Serra”, pertence ao vizinho Rio Grande do Sul. Já os penhascos, baixadas e leitos de rios abaixo das bordas são catarinenses. Nos municípios de Praia Grande, Jacinto Machado, Timbé do Sul e Morro Grande, todos em Santa Catarina, estão os principais cânions: Itaimbezinho, Fortaleza, Malacara, Churriado, Faxinalzinho, Josafaz, Índios Coroados, São Gorgonho, Molha Coco e Amola Faca. Há uma grande diversidade de atividades e trilhas que o turista pode experimentar, desde caminhadas contemplativas – fáceis e acessíveis para todas as idades -, até trilhas mais puxadas, com subidas intensas ou travessias de rios. Na maioria dos roteiros o turista conta com opções de trekking, canyoning, rapel, boiacross, cascading, tirolesa, passeios a cavalo e de bicicleta, e off-road.
APARADOS DA SERRA
As deslumbrantes paisagens do parque são caracterizadas por desfiladeiros. Os paredões rochosos verticais que chegam a 700 metros de altura, são interrompidos abruptamente onde terminam os campos suavemente ondulados do planalto gaúcho, como se tivessem sido “aparados”. Cachoeiras e cascatas tornam o cenário ainda mais encantador.
A unidade de conservação, situada na divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, possui três trilhas abertas ao público. A partir da sede, em Cambará do Sul (RS), as principais atrações são as trilhas do Vértice e do Cotovelo pelas bordas superiores do cânion. Já a trilha do Rio do Boi, no Cânion do Itaimbezinho, segue um trajeto mais radical pelo interior do cânion, numa enorme garganta que guarda cenários deslumbrantes.
O trajeto impressiona quem curte o turismo de aventura. O turista cruza o leito do rio e há diversas cascatas e piscinas naturais. O trakking tem aproximadamente 9 quilômetros, ida e volta, e dura cerca de sete horas de caminhada. O acesso é feito pelo posto de informações e controle de Praia Grande (SC) e o acompanhamento de guia credenciado é obrigatório.
PARQUE NACIONAL DA SERRA GERAL
O trekking pelas diversas trilhas do parque revela cachoeiras, rios e outros atrativos de ecoturismo entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, fazendo fronteira com o Parque Nacional Aparados da Serra. A garganta do maior cânion da região, o Fortaleza, lembra as muralhas de uma fortificação dentro da cratera. A caminhada pela mata e o leito do Rio da Pedra chega até o Poço do Beija-flor. São aproximadamente sete horas de trilha. Já a visita ao Cânion Malacara, entre impressionantes paredões de basalto, passa por leitos de pedra e piscinas naturais. A caminhada pela fenda do cânion dura cerca de 3 horas e, assim como no Cânion Fortaleza, exige acompanhamento de guia credenciado.
Conhecer o Cânion da Pedra, o menos explorado da região, exige uma dose maior de aventura. A coragem dos trilheiros é testada ao passar pelo “Brete”. A fenda é a única passagem entre duas paredes de mais de 25 metros de altura e que estão apenas quatro metros distantes uma da outra. A trilha leva até a cachoeira Anna Schiratta, passando antes pelo tobogã natural da cachoeira João Baptista Ronsani. Depois da brincadeira de escorregar, a caminhada percorre o leito do Rio Pai José cuja água corre subterrânea na maior parte do percurso. O visitante ainda encontra, entre outras opções, as trilhas do Mirante (1.167m), da Pedra do Segredo e da Cascata do Tigre Preto (são 4 quedas e mil metros de altura). Além da escalaminhada, uma mistura de escalada e caminhada, à Pedra Branca (846m) e ao Morro do Carasal (1.000m), de onde se avista dos cânions até o mar.
Fonte: Agência de Notícias do Turismo