Por Licio Ferreira
O Ministério do Turismo (MTur) vai investir, neste ano, R$ 4 milhões nos festejos que estão se consolidando como um produto turístico originalmente brasileiro. Em 103 eventos cadastrados em 15 estados de todas as regiões do país serão aplicados recursos financeiros. Neste calendário nacional da MTur estão incluídas as mais tradicionais festas do mês de junho na Bahia e em todo o Nordeste, ou seja, as festas de Santo Antônio, São João e São Pedro, nesta ordem.
Através do seu presidente Diogo Medrado, a Bahiatursa informou que, neste período tem duas ações: a realização do São João da Bahia, que se divide entre o Pelourinho e Paripe, em Salvador, e o chamamento para as prefeituras do interior. “Aquelas que estão em dia com a situação cadastral e têm os seus festejos consolidados recebem verba do Governo do Estado”. Lembrou que “para a verba do MTur, as prefeituras também devem se cadastrar no ministério”, avisa o presidente da empresa Diogo Medrado.
O gestor estadual da Bahiatursa disse, ainda, que há mais de dez anos o Governo do Estado realiza o São João do Pelourinho e traz atrações com nomes nacionais, consolidando a capital baiana também como destino junino, bem como as quadrilhas de Periperi. “Além disso, temos apoiado vários festejos divididos entre Santo Antônio, São João e São Pedro. E em todas as feiras nacionais e internacionais de turismo sempre divulgamos nossos festejos”.
CHAMAMENTO
Diogo Medrado negou o valor de quanto o Governo do Estado vai investir nas festas juninas neste ano. “Abrimos um chamamento e dependemos das prefeituras ativas e sem restrições para saber o valor destinado a estes festejos. Assim como não faremos nenhum evento nesse sentido”, sinaliza.
As festas juninas na Bahia são realizadas com mais euforia em nove municípios baianos: Cachoeira, Cruz das Almas, Santo Antônio de Jesus, Amargosa, Jequié, Senhor do Bonfim, Lençóis, Mucugê e Piritiba. Além dos folguedos e dos fogos de artifícios, os visitantes ficam entusiasmados em desfrutar dos produtos culturais e turísticos tão valorizados pelas populações locais.
Em Salvador, toda a cidade se enfeita – especialmente os bairros populares – com intervenções artísticas inspiradas na cultura popular. Além da capital baiana, mais dezenas de outros municípios também promovem uma variada programação de shows e festejos típicos de São João, atraindo verdadeiras multidões, dentre eles São Francisco do Conde.
CALENDÁRIO
Segundo o ministro Marcelo Álvaro Antônio, o forte envolvimento das populações locais nas festas juninas impulsionam o turismo regional. “Estes eventos são importantes indutores do turismo nacional e atraem visitantes de todo o Brasil e do mundo que desejam conhecer a diversidade cultural que o país tem a oferecer. É um produto turístico que tem a cara do Brasil e está em franco processo de estruturação e consolidação”, pontuou o ministro.
O Calendário Nacional de Eventos do MTur tem como objetivo agregar valor à imagem dos destinos, além de fornecer informações de qualidade sobre a oferta turística do Brasil que possam ser úteis ao turista no momento de planejar suas viagens. Nesse Calendário as informações foram integralmente coletadas de forma colaborativa, majoritariamente em parceria com secretarias estaduais e municipais de Turismo.
Este ano foram cadastrados 2.869 eventos pelo Brasil, sendo 584 registros a mais do que em 2018, quando foram inseridas 2.285 festividades. As duas categorias de eventos com maior número de cadastros são as de caráter “artístico, cultural e folclórico”, com 1.087 registros; e “religioso”, com 499. Os eventos gastronômicos assumem a terceira posição, com 277 projetos cadastrados, lugar ocupado pelos esportivos no ano passado, que hoje somam 244 eventos.
RECURSOS
Para realizar essas festas tradicionais, anualmente, os recursos destinados pelas Prefeituras decorrem de fontes do orçamento municipal, vendas de espaço público para instalação de barracas e pontos para ambulantes, captação de patrocínio privado de grandes empresas, de comerciantes locais e apoio do governo estadual. As principais fontes de despesas das Prefeituras são: pagamento de músicos e infraestrutura de shows, decoração da cidade, segurança e infraestrutura de higiene e limpeza.
Segundo estudos da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI), o pagamento dos músicos, por sinal, é o percentual mais elevado dos gastos, sendo que 70% das atrações são estaduais e nacionais e 30% são artistas locais ou regionais. A arrecadação de Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS) e a permissão do uso de espaços públicos para instalação de pontos de venda são fontes de receitas. “Estima-se que, para a organização de cada evento, as prefeituras operem com cerca de 200 funcionários permanentes que, geralmente, trabalham entre 90 e 120 dias, e contratem cerca de 300 trabalhadores temporários para atuarem nos dias da festa”. Fonte: Tribuna da Bahia.