“Se queres a paz, prepare-te para a guerra” é um conhecido provérbio romano que parece ter sido adotado com precisão cirúrgica pela médica Zilda Arns. Indicada três vezes ao Prêmio Nobel da Paz e fundadora da Pastoral da Criança, a sanitarista comprou muitas brigas para alcançar seu projeto de vida: a redução da mortalidade infantil no Brasil. Agora, essa trajetória de luta e sucesso é revivida no espetáculo ‘Zilda Arns – A dona dos lírios’, que faz três apresentações no Teatro Sesc Casa do Comércio nos dias 16, 17 e 18 de agosto, depois de uma temporada com sucesso de público e crítica no Rio de Janeiro. Os ingressos estarão à venda no início do mês de julho, na bilheteria do teatro ou no site www.ingressorapido.com.br e terá uma porcentagem doada para a Pastoral da Criança.
Zilda Arns visitou todas as cidades brasileiras – chegou com a missão de salvar vidas de norte a sul do país, de lixões a aldeias indígenas, das periferias dos grandes centros aos interiores sertanejos, nenhum lugar lhe escapava. Um trabalho desbravador, que muitas vezes lembra a expedição dos irmãos Villas-Bôas. Idealizadora do projeto, a atriz Simone Kalil viajou a Curitiba, para visitar a sede da Pastoral da Criança e o Memorial da Vida, museu sobre o legado da Dra. Zilda Arns. Nessa viagem, conheceu um pouco mais sobre sua personagem conversando com familiares, amigos e pessoas que conviveram de perto com a médica.
“Acho fundamental resgatar os legados deixados pelas grandes mulheres brasileiras, como a Dra. Zilda. Ela foi uma grande mulher que defendia outras mulheres. Tinha um objetivo claro, que era a redução da mortalidade infantil no Brasil, e comprava brigas com muita gente para seguir esse projeto de vida”, conta a atriz Simone Kalil. “O teatro em que eu acredito é o do afeto, usar a arte para multiplicar afetos, espero que os espectadores sintam-se inspirados ao conhecer mais a trajetória desta médica”.
Diretor de extrema sensibilidade e colecionador de sucessos em espetáculos como “Uma Loira na Lua”, “Eu te Darei o Céu”, “Brimas” e “Frida Kahlo – A deusa tehuana’, Luiz Antonio Rocha conta que a Zilda Arns que o espectador vai encontrar no espetáculo é diferente daquela a que estávamos acostumados a ver em programas de TV.
“Ela era doce, da paz e muito religiosa, e era assim que ela aparecia na mídia. Na peça, vamos conhecer uma Zilda “bélica”, diferente da figura pública. Uma mulher de fibra, para quem não existia obstáculos, que enfrentou cardeais, ministros e presidentes, uma mulher que elegeu o combate à mortalidade infantil como missão e que, com a morte de seu primogênito, decidiu estancar a dor e lutar pela vida”, frisa o diretor.
Esse trabalho desbravador da sanitarista estará impresso no cenário (de Luiz Antonio Rocha e Eduardo Albini), figurinos (de Caká Oliveira), iluminação (de Ricardo Lyra Jr.) e composição sonora (Beá). “O cenário e o figurino fazem parte desse Brasil, pouco conhecido até muitas vezes pela Dra. Zilda. Um Brasil profundo, de raízes, de miscigenação, de contrastes sociais, que é tão rico e belo quando sua extensão. Através de objetos, sons, texturas e atmosferas de um país que já não existe mais, além do olhar afetuoso da Dra. Zilda, vamos revelando os lugares percorridos por ela e o que aconteceu depois das suas missões”, explica Luiz Antonio Rocha.
Dra. Zilda morreu, em 2010, durante o terremoto que devastou o Haiti. A médica estava lá em missão humanitária, com o objetivo de fundar a Pastoral da Criança naquele que é o país mais pobre da América Latina. Morreu dentro da igreja, antes de seu discurso de inauguração, mas seu legado fica para sempre.
Sinopse
A trajetória da médica sanitarista Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança e indicada três vezes ao Prêmio Nobel da Paz.
Sobre Zilda Arns
Filha de alemães, Zilda Arns Neumman nasceu em 1934, em Forquilhinha, Santa Catarina. Médica pediatra e sanitarista brasileira, irmã de Dom Paulo Evaristo Arns, foi fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, que completa 35 anos em 2018, e da Pastoral da Pessoa Idosa, organismos de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Com iniciativas relativamente simples como as campanhas do soro caseiro e da amamentação e a pesagem regular de crianças até 2 anos, a médica conseguiu reduzir em 60% os índices da mortalidade infantil no Brasil nos anos 80. A Pastoral da Criança, fundada no Paraná, foi expandida para outros 26 países, além de estar presente em quase todas as cidades brasileiras. Dra. Zilda morreu, em 2010, durante o terremoto que devastou o Haiti.
Ficha técnica:
Texto: Luiz Antônio Rocha e Simone Kalil
Direção: Luiz Antônio Rocha
Elenco: Simone Kalil
Direção musical, composição sonora e execução: Beá
Iluminação: Ricardo Lyra Jr.
Cenário: Luiz Antônio Rocha e Eduardo Albini
Figurino: Caká Oliveira
Assistente de direção: Valéria Alencar
Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
Preparação vocal: Jane Celeste
Preparação corporal: Roberto Rodrigues
Direção de Produção: Maira Magalhães
Fotos: Dalton Valério
Arte Gráfica: Duda Simões (Tangerina)
Realização: Mabruk Produção Cultural e Artística
Serviço:
O quê: Zilda Arns – A dona dos lírios
Onde: Teatro Sesc Casa do Comércio
Endereço:Edifício Casa do Comércio, Av. Tancredo Neves, 1109 – Pituba, Salvador
Quando: 16, 17 e 18 de agosto de 2019 (sexta, sábado e domingo)
Horário: Sexta 21h / Sábado e Domingo 20h
Quanto: R$ 80,00 (inteira) / R$ 40,00 (meia)
Duração: 1h
Vendas: bilheteria do teatro ou pelo site ingressorapido.com.br
Informações: (71) 3273-8543
Classificação: Livre
Realização Carambola Produções