Por Zaqueu Rodrigues
A Equipotel, um dos mais prestigiados eventos da hotelaria latino-americana, foi aberta oficialmente na tarde desta terça-feira (10) na São Paulo Expo. A cerimônia inaugural reuniu autoridades e empresários de diferentes setores da hospitalidade brasileira.
A política pouco apareceu nos discursos. A palavra que deu o tom da abertura da 57ª Equipotel foi a diversidade, que ressoa nesta edição da feira pelos mais diversos meios de hospedagem: hostels, motéis, resorts, hotéis…
O Vice-presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, Paulo Octavio, afirmou que o evento cresceu. Hoje são 238 expositores, dos quais são 94 estreantes. A nossa expectativa é a de que, até sexta-feira, 13, a Equipotel seja visitada por 25 mil pessoas qualificadas”.
Sob o tema Onde a Hospitalidade se reinventa, a edição deste ano ocupa uma área de 25 mil m². “Esperamos que, só nas rodadas de negócios, iremos movimentar 200 milhões de reais”, projeta Octavio.
Ele ressaltou que esta edição chega mais setorizada em função da diversidade de produtos e serviços oferecidos. “Nos últimos anos, atendendo aos pedidos dos visitantes, temos feito um trabalho muito forte de setorização com base em vetores de investimento, o que irá facilidade a locomoção do visitante sem ficar perdido”.
Em sua fala, Octavio destacou a pluralidade que marca edição da Equipotel. “Temos hostel, hotéis independentes, motéis, resorts, flats… Também estamos focados no que chamamos de visitante coletivo, que são os shoppings, clubes, academias e demais espaços que ofertam hospitalidade”.
Octávio ressalta que o conteúdo desta edição também está mais encorpado. No ano anterior foram 50 horas de conteúdo (palestras, oficinas, bate-papo). “Quadruplicamos essa oferta. Em 2019, são 200 horas de conteúdo que percorre 4 vertentes do conhecimento”.
Durante a sua fala na cerimônia de abertura, o presidente da Associação Brasileiras de Hotéis (ABIH-NACIONAL), Manoel Linhares, afirmou que o país está vivendo um momento de transformação na indústria hoteleira e que é preciso encontrar soluções para os novos rumos.
“A burocracia continua sendo o principal gargalo do turismo brasileiro. Hoje, um empresário espera de 10 a 15 anos para ter um empreendimento autorizado”, afirmou ele, que foi enfático ao dizer: “Ainda estamos brincando de fazer turismo no Brasil”.
Já o presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), Orlando de Souza, afirmou que o turismo é um grande protagonista do desenvolvimento nacional. Ele ilustrou: “A cada 1 milhão de reais injetados na economia, o setor de alojamento gera 24,5 novos postos de trabalho”.
Assim como a hotelaria, o setor de motelaria vive um período de muita renovação, disse o presidente da Associação Brasileira de Motéis Felipe Martinez. “Nos últimos anos, com o avanço da tecnologia, estamos presenciando uma revolução em todas as áreas. Com os motéis tem sido igual”.
Felipe ressaltou que o perfil estigmatizado do frequentador do motel já não cabe mais atualmente. Durante sua fala, ele apresentou dados sobre os clientes. “Hoje, 79% dos clientes dos motéis no país são casais em relacionamentos estáveis; 15% são casais de relacionamentos de uma noite só; e apenas 6% são de relacionamentos extraconjugais”, apontou ele, citando uma pesquisa feita em 10 capitais do Brasil pela Hello Research.
O mercado de motel é muito importante, ressaltou Felipe. “Ele gera 300 mil empregos diretos e mais 300 mil indiretos no país. Cada vez mais precisamos unir nossas forças em prol da hospitalidade, que, assim como na hotelaria, é o fator chave para a motelaria”.
Os segmentos de hospedagens independentes também têm forte destaque nesta edição. Marina Moretti, fundadora do hostel Ô de Cada Hostel, ressaltou que o mercado de hostel e o de hotelaria estão cada vez mais próximos. “Agradeço pela Equipotel trazer o hostel para este espaço tão importante; isso mostra que o evento está muito antenado com todos os segmentos de hospitalidade”, afirmou.
A secretária municipal de desenvolvimento econômico de São Paulo, Aline Cardoso, representou o prefeito Bruno Covas na cerimônia de abertura. Ela afirmou que o prefeito está convencido que o turismo e a hospitalidade são vocações de São Paulo.
“Ele tem feito muitas ações para fomentar o turismo da cidade, como a revitalização do triângulo do Centro Histórico da cidade, a renovação do Carnaval de Rua e a permanência da Fórmula 1 na cidade”, destacou ela.
Já o secretario estadual de Turismo de São Paulo, Vinicius Lummertz, disse que há um grande empenho do governo para colocar o turismo no centro da agenda. Como exemplo, ele citou a redução, em março deste ano, do ICM sobre o querosene de avião de 25% para 12%. “Desde então, São Paulo passou a ter mais 616 novos voos”.
Para Lummertz, uma das prioridades no momento deve ser o aumento na produtividade. “Para avançarmos, precisamos superar os entraves e tornar o país mais aberto e tolerante. O Brasil é um país do século 21 que tem problemas dos séculos 19 e 20. Cabe a nós mudar isso”.
Fonte: Diário do Turismo