Por Danilo Teixeira Alves
Mesmo com os desafios causados pelas instabilidades políticas e as mudanças no comportamento do consumidor, o gasto médio por viagem vai crescer US$ 1,1 mil até 2024, segundo a mais recente pesquisa da Euromonitor, apresentado nesta terça-feira durante a World Travel Market (WTM) London 2019. O relatório “Megatrends Shaping the Future of Travel: 2019 Edition” analisa as últimas tendências que moldam as viagens pelas regiões do mundo.
Sob um cenário de políticas adversas, como as de Donald Trump, nos Estados Unidos, que prevê tarifas adicionais no comércio entre países e políticas de imigração mais rigorosas, o Turismo americano poderá ter uma redução de até 9,6% em sua demanda até 2024, segundo a Euromonitor.
As chegadas do México devem crescer 2,8% em 2019, para 42,6 milhões, trazendo uma receita no valor de US$ 21,5 bilhões. No entanto, vale lembrar que, no início deste ano, o Conselho de Turismo do México fechou a maioria de seus escritórios em todo o mundo, cortando o orçamento para promoção no país nos principais países emissores, incluindo o Brasil. Muitos temem que isso tenha um impacto imenso no futuro.
OTAS VÃO CRESCER
A América do Norte está bem à frente da América Latina no que diz respeito ao desenvolvimento do mundo digital. A previsão é que, até 2024, 62% das vendas de viagens sejam feitas totalmente on-line, contra os 31% atualmente. O estudo destaca que, tanto na América Latina quanto na América do Norte, o mercado é altamente competitivo quando falamos em OTAs. A Despegar (Decolar, no Brasil) é de longe a maior empresa do segmento na América Latina, com 9,1% de todas as vendas da região, contra 4,6% da Booking.
ENDÊNCIAS POR REGIÃO
Os consumidores da Ásia-Pacífico estão usando ‘super aplicativos’ móveis multifuncionais, combinando serviços sociais, financeiros e de varejo em uma única plataforma. Com aplicativos como o WeChat, com um bilhão de usuários ativos mensais, os super aplicativos contribuíram significativamente para as vendas de intermediários on-line, com um montante de US$ 227 bilhões em 2019. No entanto, a ameaça da guerra comercial entre os EUA e a China pode afetar drasticamente o crescimento do Turismo emissivo na China.
Com a incerteza do Brexit e as preocupações com uma grave recessão na Europa, espera-se que as transportadoras de baixo custo (low cost) e as locações e viagens de curto prazo sejam as escolhas mais populares, já que estes consumidores continuam buscando opções mais baratas. Porém, o estudo mostrou também que 59% dos consumidores afirmaram que estão preocupados com as mudanças climáticas e procurando por viagens cada vez mais sustentáveis.
Apesar dos desafios das guerras na Síria e no Iêmen, a região do Oriente Médio e África continua apresentando um crescimento sólido, com crescimento estimado em 5,6% até 2024. “A Arábia Saudita está investindo no Turismo, abrindo-se a turistas estrangeiros. Na África, o turismo intra-regional está aumentando rapidamente”, concluiu a head de pesquisa de viagens da Euromonitor, Caroline Bremner.
CONCLUSÃO
O setor global de viagens continuará em crescimento. No entanto, as mudanças climáticas e a necessidade de um desenvolvimento sustentável estão levando consumidores a uma maior consciencialização, incluindo em suas escolhas no Turismo. Novos modelos e ferramentas digitais estão surgindo para incentivar os consumidores a escolher alternativas mais sustentáveis.
Além disso, a pesquisa também sinalizou que marcas e destinos estão acordando, ainda que lentamente, para a necessidade de estarem acessíveis a todos os visitantes, independentemente da idade e poder aquisitivo de cada viajante, e aproveitando as novas tecnologias para oferecer experiências verdadeiramente personalizadas
A mídia social continuará a ter uma grande influência sobre os consumidores ao planejar suas viagens, buscando inspiração principalmente em redes sociais como Instagram e YouTube. A mudança começará pela comercialização de produtos nestes canais, onde clientes poderão reservar hotéis e passeios diretamente pelo Instagram, a partir do conteúdo gerado por influenciadores digitais. Fonte: Panrotas.