Por Gabriel Fialho
As belezas naturais da Baía de Guanabara e o traço artístico de Oscar Niemeyer emolduram o passeio pela orla de Niterói (RJ). Vizinha ao Rio de Janeiro, a cidade guarda o segundo maior acervo do arquiteto, atrás apenas de Brasília. Desde 2003, o Ministério do Turismo investiu R$ 23,8 milhões em 15 projetos no município, que incluíram a construção de um museu e de um teatro no chamado “Caminho Niemeyer”.
O circuito é composto por sete obras com a assinatura do arquiteto brasileiro: Teatro Popular; Museu da Ciência e da Criatividade; Memorial Roberto Silveira; Praça Juscelino Kubitschek; Centro Petrobras de Cinema; Museu de Arte Contemporânea e um Centro de Atendimento ao Turista (CAT).
“O carro-chefe do Caminho Niemeyer é o Museu de Arte Contemporânea. Ele concentra a maioria dos turistas que vem a Niterói e é um equipamento reconhecido pela rede de operadoras internacionais que trazem europeus, sul-americanos, norte-americanos com interesse em visitar as obras de Niemeyer”, destaca Liberato Pinto, diretor de turismo de Niterói.
Do investimento total do Ministério do Turismo na cidade, R$ 970 mil foram destinados para a construção de quatro Centros de Atendimento ao Turista. “Atingiremos o conjunto de sete CATs na cidade de Niterói. Vamos coroar a cidade com centros de informações por esse corredor de turismo, desde a chegada na ponte até a Fortaleza Santa Cruz e a região oceânica, com atendimento de alto nível, trilíngue, além de material informativo”, afirma Liberato.
“Niterói aumentou muito seu potencial com essas obras”, prossegue o gestor municipal, que revela o projeto de Niterói para aproveitar a visibilidade durante os Jogos 2016. “Entendemos que temos um produto turístico que será melhor integrado com o Rio de Janeiro, que teve um ganho de visibilidade em função da Olimpíada e do Boulevard Olímpico. Então, estamos fortalecendo a relação com a Riotur para inaugurar um roteiro ligando o Boulevard à Orla Niemeyer”, planeja.
Em breve, as cidades separadas pelo mar, mas unidas em 1974 por uma ponte de 13,2 quilômetros de extensão e pelo vai-e-vem contínuo de barcas, poderão ter mais pontos de integração.
Conheça os atrativos do Caminho Niemeyer:
Teatro Popular
Inaugurado em 2007, o local comporta 460 pessoas e possui um palco reversível que também se abre para uma ampla praça, podendo abrigar espetáculos para até dez mil pessoas. O prédio possui uma forma ondulada na cobertura que, vista de cima, lembra o formato das ondas do mar. A fachada exibe cerâmicas com desenhos de Niemeyer, que mostram formas femininas e fazem uma analogia às curvas do próprio teatro.
Museu da Ciência e Criatividade
A obra é dividida em dois blocos e é rodeada por um espelho d’água. A cúpula segue o formato de caracol e a rampa principal dá acesso direto ao mezanino que é reservado para exposições. O local também recebe cursos, palestras, simpósios e lançamentos.
Memorial Roberto Silveira
Uma cúpula de concreto, que parece emergir do chão, abriga o Centro de Memória da História e da Literatura Fluminense. O Memorial conta com um importante acervo, com mais de 200 mil obras digitalizadas, um auditório para eventos e um painel do artista plástico Claudio Valério Teixeira.
Praça Juscelino Kubitschek
Seguindo pela orla, o visitante chegará à praça JK. No local, duas esculturas em bronze retratam uma conversa entre o arquiteto Oscar Niemeyer e o ex-presidente, sentados em um banco e olhando uma planta arquitetônica de Brasília. A praça também serve como mirante para a Baía de Guanabara.
Centro Petrobras de Cinema
No bairro São Domingos, que abriga algumas obras históricas da cidade, está o Centro Petrobrás de Cinema. A poucos metros da praça JK e ao lado do campus Gragoatá da Universidade Federal Fluminense, o centro foi idealizado por Niemeyer em formato de rolo de filme. O local conta com cinco salas de cinema, café, livraria e galeria de arte.
Museu de Arte Contemporânea
Inaugurado em 1996, o MAC é um dos principais símbolos da cidade. A forma do edifício lembra uma flor ou uma nave espacial, que nasce do chão numa base cilíndrica única que sustenta todo o prédio, ancorado numa sapata gigante. Seu visual completa-se com um espelho d’água que confere leveza à construção. A grande rampa externa de concreto vermelho conduz o visitante através de curvas livres às entradas dos pavimentos superiores.
Na primeira entrada, fica a recepção e a administração. Logo acima, o segundo pavimento abriga o salão central de exposições envolto por uma varanda circular envidraçada, destinada também a exposições, de onde se pode admirar a paisagem panorâmica da Baía de Guanabara.
Fonte: Agência de Notícias do Turismo