Depois de duas décadas fechado, o Palácio da Sé, localizado no Centro Histórico de Salvador, reabrirá suas portas nesta sexta-feira, às 18h, para contar os quase quinhentos anos da história da Igreja Católica no Brasil; história esta que se confunde com o processo de ocupação e colonização do país, e da formação de povo baiano.
A imponência do antigo Palácio Arquiepiscopal da Sé, Centro Administrativo e Pastoral da Igreja Católica no Brasil por mais de 100 anos, voltará a fazer parte da vida da capital baiana. Foto: Divulgação.
O prédio, construído do século XVIII, e reconhecido como patrimônio do povo brasileiro, agora restaurado, será transformado em um Centro de Referência da História da Igreja Católica no Brasil e abrigará exposições permanente e eventual, estabelecendo uma nova área social e cultural na cidade, contribuindo assim para o fortalecimento da revitalização do Centro Histórico de Salvador.
“O Palácio da Sé é uma referência na história da Igreja de Salvador, afinal desde o começo do século XVIII ele serviu aos bispos, serviu a vários arcebispos e foi também um centro da pastoral da Arquidiocese. A sua restauração é uma homenagem que nós prestamos à Arquidiocese e, particularmente, à Bahia porquê desse Palácio saíram determinações, ordens e também orientações pastorais para todo o Estado da Bahia”, afirma o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger.
O processo de restauração durou cinco anos, sob o comando do IDH (Instituto do Desenvolvimento Humano) e, por último, pelo padre Abel Pinheiro, presidente do Centro Cultural Palácio da Sé. “Foi um trabalho exaustivo, mas o cansaço do árduo trabalho se transforma em imensa alegria ao ver este grande patrimônio voltar a ficar à disposição do nosso povo”, disse o padre Abel. Neste período, padre Abel, auxiliado pelo padre Luís Simões, contou com uma equipe de voluntários, referências nas suas atividades, como o engenheiro Thales Azevedo, o arquiteto Luiz Humberto Carvalho e a engenheira Ângela Márcia Andrade, entre outros.
No térreo do Palácio, haverá uma área disponível para exposições itinerantes e realização de eventos corporativos, permitindo a sustentabilidade do local. O espaço será inaugurado com uma exposição de presépios da coleção particular do engenheiro e arquiteto Celso Basto de Oliva. Este acervo começou a ser montado em 1948, pelo seu pai, que mantinha a tradição em montar presépios e decorava-os utilizando diversos materiais, entre eles: papel, panos, vela, terracota, cristal e pedra-sabão. Haverá ainda uma exposição de móveis dos séculos XVII e XVIII com curadoria do antiquário Sérgio Caloula.
O primeiro pavimento do Palácio contará com a exposição permanente “A Igreja e a formação do Brasil”, composta de acervo próprio e bens históricos remanescentes de outros prédios religiosos, como a antiga Catedral da Sé, que fora demolida em 1933 para dar lugar a atual Praça da Sé.