Por: Yuri Abreu
Uma selfie com uma bela vista ao fundo, uma conversa no bar ou um mergulho no mar. Nesse verão, a Ponta do Humaitá, localizada no bairro de Mont Serrat, na Cidade Baixa, virou um dos principais pontos de visita de baianos e turistas nesta alta estação em Salvador, principalmente após requalificação pela qual passou e que foi concluída no mês de maio do ano passado pela Prefeitura da capital baiana.
Na tarde de ontem, a reportagem da TB foi até o local para conversar com os visitantes e saiu com mais impressões positivas do que negativas depois de ouvidos os diversos relatos. Um deles foi o do casal Paulo Sérgio Sena e Elaine Novaes. “Aqui é minha segunda casa. Acredito que de dez anos pra cá muita coisa mudou e acredito que as últimas mexidas só vieram a melhorar”, disse o taxista, frequentador assíduo do local.
Segundo ele, a primeira mudança que pode ser sentida foi fechamento do acesso de carros ao espaço. Isso, conforme Sena, melhorou a ocupação da Ponta do Humaitá por parte dos pedestres. Já Elaine Novaes ressaltou o conjunto de belezas naturais que dá todo um charme a região. “Aqui é bonito para passear, ver o pôr do sol. Acho que a gente não precisa sair da Cidade Baixa para ver que aqui também tem coisas bonitas a se ver”, afirmou a assistente de acessórios, que fez aniversário neste domingo. Para eles, a única coisa ruim é a dificuldade em encontrar vagas de estacionamento.
ESPECIAL
Já outro casal presente a Ponta do Humaitá, neste domingo, tem motivos ainda maiores para freqüentar o local. Os empresários Bruno Pimentel e Luízia Serrado começaram o namoro justamente em uma das regiões mais bonitas de Salvador. Ambos aproveitaram a tarde para levar os afilhados para conhecer o espaço pela primeira vez. “Achamos que ficou muito melhor, está mais organizado e a sensação de segurança é maior”, disseram.
Um dos que ficou impressionado foi um dos afilhados deles, Kauan. Morador da Praia do Flamengo, ele ficou impressionado com a beleza do local. “A paisagem é linda e aqui possui mais coisas relacionadas a história da cidade. Aqui eu me sinto, de verdade, como se estivesse em Salvador, comentou o jovem.
COBRANÇA
Mas, apesar das mudanças, alguns pontos ainda precisam ser melhorados na localidade, segundo donos de restaurantes na Ponta do Humaitá. Entre as lacunas, estão a insegurança e as constantes faltas d’água. “A única coisa que melhorou foi a iluminação”, relatou o empresário argentino Miguel Alejandro, que há seis anos é dono do restaurante La Boca, existente há 28.
De acordo com ele, poderiam ser realizadas feiras de artesanato, como as que acontecem nas diversas partes da cidade, para incentivar a maior presença de público no espaço. “Para mim, este é o melhor ponto de Salvador e é uma honra poder fazer parte disso. Mas, poderiam ser colocadas em prática diversas idéias para aumentar o fluxo de pessoas, sem que precisasse gastar muito”, sugeriu.
HISTÓRIA
Localizada no bairro de Monte Serrat, próximo ao Forte que leva o mesmo nome, a Ponta do Humaitá ficou famosa por ser local de onde se pode ter a vista de um belo pôr-do-sol e uma panorâmica da Baía de Todos-os-Santos e da cidade, ao fundo.
O espaço agrega um conjunto arquitetônico formado pela Igreja de Monte Serrat, um mosteiro, o antigo Iate Clube de Monte Serrat e casas no estilo do século XIX, além de um farol, construído em 1926 para guiar as embarcações que passavam pela região. Lá foi a primeira localidade em Salvador a receber os festejos em homenagem à Iemanjá, no fim do século XIX, que acontecia no dia 8 de março.
Em maio de 2019, foram concluídas as intervenções no local que, entre outros, envolveram recuperação da quadra, implantação de sanitários, áreas destinadas a uma roda de capoeira e de contemplação, recuperação de pisos do entorno da Igreja de Monte Serrat, instalação de rampas para cadeirantes, guarda-corpo ao longo da balaustrada, instalação de mobiliário urbano e a retirada do módulo de bilhetagem para descortinar a vista.
Alé disso, também ocorreu a requalificação do canteiro central, colocação de meio-fio em granito, pavimentação, piso intertravado, paisagismo, recuperação da alvenaria e do meio-fio no entorno da igreja. As obras tiveram um valor de R$ 1 milhão.