Hotéis de Salvador com “números finais razoáveis”, de ocupação, informa dirigente do trade

Por Lício Ferreira

“O mês de Janeiro se iniciou com uma das piores expectativas de ocupação dos últimos anos para alguns equipamentos, igual aos piores anos de crise econômica do passado recente. E num movimento não tão comum de ocorrer, a ocupação foi crescendo apresentando números finais razoáveis, mas ainda assim menores do que o ano anterior pelo segundo janeiro consecutivo”.

Essa informação é do presidente da Federacão Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA), Silvio Pessoa que sinaliza ainda os números finais do movimento dos aeroportos em 2019. “No total dos aeroportos brasileiros houve um crescimento tímido de 1,45% do movimento de passageiros (saiu de 120,0 mi para 121,7 mi). Para um cenário de recuperação econômica, muito baixo, mas considerando a saída de um grande player (Avianca), admissível”.

Parque hoteleiro de Salvador na expectativa de receber mais turistas nesta alta temporada de verão. Foto: Divulgação

 

MÉDIA MENOR

No caso da ocupação hoteleira Silvio Pessoa diz que apesar da recuperação, os números de janeiro não foram satisfatórios pela expectativa boa da economia e do turismo em Salvador (cidade referência citada em inúmeras revistas, novo aeroporto, cidade requalificada, novo centro de convenções, etc).

“Considerando a amostragem de pesquisa disponível pelo trade, os hotéis da cidade apresentaram uma ocupação média 5% menor do que o ano anterior. No entanto, devido à recuperação da diária, as vendas médias devem aumentar em 4%”. O presidente da FeBHA diz, ainda, que no geral a cidade deve apresentar uma ocupação de 74% com diária média próxima de R$280 reais.

NÚMEROS MODESTOS

“Esses números vêm seguindo uma recuperação do RevPar que se iniciou em 2017, primeiro com a melhora da ocupação, e mais recente pelo incremento da diária, mas são números muito modestos, principalmente considerando a ausência de alguns hotéis antigos, dentre eles dois dos três maiores da história de Salvador (ou seja, a quantidade de leitos reduziu nos últimos anos)”, justifica.

Ainda segundo Silvio Pessoa foi divulgado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) os números finais do movimento dos aeroportos em 2019. “No total dos aeroportos brasileiros houve um crescimento tímido de 1,45% do movimento de passageiros (saiu de 120,0 milhões para 121,7 milhões). Para um cenário de recuperação econômica muito baixo, mas considerando a saída de um grande player (Avianca), admissível”.

MENOS MOVIMENTO

Para Silvio Pessoa, Salvador é uma das cidades em que a Avianca tinha maior participação. E apresentou uma queda no ano de 4,5%. “No ápice da saída da companhia chegamos a ter mês com 21% menos movimento. Nos últimos 3 meses do ano houve a recuperação do movimento, em relação ao ano anterior, mas sem nenhum crescimento significativo”.

E acrescenta: “Como toda base, após grande repressão tende a apresentar crescimento considerável, a expectativa é que nesse ano de 2020 voltemos a ter um movimento igual a de 2018, e até mesmo um pouco maior, representando um crescimento próximo de 2 dígitos (entre 9 e 11%). Mas, se isso efetivamente ocorrer não deveria ser motivo de tanta comemoração pois igualaríamos o movimento que já tivemos há 10 anos, em 2010. E ainda seria 15% menor do máximo que já chegamos que foi nos anos de 2014 e 2015”, esclarece .

CONCORRENTES CRESCEM 

Silvio Pessoa destaca que outros aeroportos, principalmente os concorrentes da Região Nordeste, tiveram uma sorte melhor em 2019. “Recife cresceu 4,5% enquanto Fortaleza atingiu 8,8% . É importante perceber que até 2016 (no ápice da grande crise que se iniciou em 2015), o comportamento dos aeroportos era bem similar com variações simétricas. Após 2016 algumas cidades souberam incentivar seus equipamentos, e outras, destacando Salvador, apenas observaram o bonde passar apresentando perda significativa de movimento e importância no cenário regional e nacional (com consequências graves para muitos setores da sociedade e para a economia local), sentencia.

Sinaliza seu discurso com outra observação: “Situações como a saída de mercado da Avianca; o óleo derramado nas praias do Nordeste; e agora, o Coronavírus da China, certamente estão influenciando algumas das variações negativas da economia do turismo. Carnaval se avizinha com uma expectativa razoável. Mas a incerteza de uma possível evolução do pânico em função do Coronavírus deixa a situação imprevisível. É necessário acompanhar com mais atenção o movimento e tomar decisões de forma mais ágil para evitarmos piores resultados”.

ESPERANÇA NO CENTRO

Lembra, ainda, que a ocupação hoteleira em Salvador foi crescente entre os meses de agosto de 2018 e março de 2019. “Com a saída da Avianca, os preços das passagens atingiram a estratosfera e foram cartelizados. Houve, obviamente, uma queda significativa de visitantes até a normalização dos preços das passagens. Também, a cidade foi penalizada pela natureza, com quatro meses seguidos de chuva, no ano passado, especialmente, nos finais de semana, o que afastou os turistas”.

O presidente da FeBHA destaca que a economia brasileira dá sinais nítidos de recuperação e espera que a médio prazo o crescimento do turismo na Bahia seja uma constante, a partir da entrada em funcionamento normal do novo Centro de Convenções, recém-inaugurado no bairro da Boca do Rio.

*Fonte: Tribuna da Bahia

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