Um setor que já sofre as consequências do avanço da doença pelo mundo é o do turismo. Agências de viagens reconhecem que a disseminação da doença para países europeus, como o caso da Itália, preocupa os brasileiros, que já se informam sobre a possibilidade de cancelar passagens já compradas para a Europa. Nesta quinta-feira,a Itália confirmou mais mortes pelo vírus levando o número de vítimas fatais no país para 17. São 528 casos confirmados, o maior número no continente europeu.
O italiano Leonardo Bonella, proprietário da Genus Europa Tour, explica que a busca por viagens para a Itália, o décimo destino preferido dos brasileiros no ano passado, caiu muito depois do aumento de casos da doença no país. Bonella ainda não teve que cancelar nenhum pacote, mas já precisou acalmar alguns clientes sobre a situação da sua terra natal.
“Acho que como sou italiano, eles ficam um pouco mais confiantes quando explico que apenas algumas regiões estão afetadas. É claro que é necessário precaução, mas algumas notícias são alarmistas”, diz.
Com muitas ofertas de pacotes com destino para Ásia, Luiz Alvarenga, franqueado da Travelmate Intercâmbio e Turismo em Belo Horizonte, avalia que as decisões dos clientes têm variado.
“Tenho uma cliente que fará um curso de três meses em Seúl, na Coreia do Sull, em abril, e ainda quer esperar o desenrolar do caso do coronavírus. Já um grupo que sairia em março para um tour na Ásia teve a viagem cancelada pela própria operadora. Mesmo que os locais não fossem epicentro da doença, não vale a pena ficar com medo de passear na rua”, explica.
Márcio Nakane, gerente da agência de turismo Flaptur, reconhece que a preocupação tem rondado os clientes, mas que os cancelamentos estão concentrados em viagens corporativas. “Os próprios eventos e cursos estão sendo cancelados”, diz.
O Procon-SP orienta os consumidores que compraram passagens para países em que casos da doença foram comprovados, a procurarem o órgão se optarem por cancelar a viagem em razão da preocupação com o coronavírus.
“Isso porque, nessa hipótese específica, que não tem previsão legal, faz-se necessário negociar com a empresa que não pode se recusar a oferecer alternativas ao consumidor”, explica a nota do Procon-SP.
*Fonte: El País