Por André Martins
“Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das mais altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada”. A célebre frase de Juscelino Kubitschek, proferida ainda em 1956, ajuda a sintetizar Brasília, um verdadeiro museu a céu aberto com formato de avião, idealizada e inaugurada em 1960 pelo então presidente da República, e que completou 60 anos nesta terça-feira (21.04)
Memorial JK, dedicado à história do ilustre criador da cidade. Crédito: Roberto Castro/MTur
Projetada pelo urbanista Lucio Costa, que juntamente com o arquiteto Oscar Niemeyer, o paisagista Burle Marx e o artista Athos Bulcão deram forma à capital do país, Brasília ostenta o título de ícone mundial. Suas belas construções, erguidas por pioneiros, fizeram da cidade o primeiro bem moderno inscrito pela Unesco na Lista do Patrimônio Cultural da Humanidade (1987), além de levá-la a compor, desde 2017, a Rede de Cidades Criativas da entidade, no campo do design.
Não faltam símbolos que evidenciem a imponência do centro do Poder Público nacional. A capital, nascida do cruzamento de duas estradas de terra em meio à vastidão do Cerrado, exibe inúmeros atrativos ao longo do Eixo Monumental, o “corpo do avião”. Caso da Catedral, da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos Três Poderes, que abriga o Palácio do Planalto (Executivo), o Congresso Nacional (Legislativo) e o Supremo Tribunal Federal (Judiciário).
Brasília, um verdadeiro museu a céu aberto com formato de avião. Crédito: Roberto Castro/MTur
O espaço também é ornado pela famosa Torre de TV, com fontes luminosas, feira de artesanato e comidas regionais e de onde se tem uma vista panorâmica, além do Memorial JK, dedicado à história do ilustre criador da cidade. Já os espaços residenciais do Plano Piloto, as chamadas ‘asas Sul e Norte do avião’, reúnem abundantes locais arborizados e floridos, com um formato peculiar de ruas e quadras, que deixam claras as assinaturas de Lúcio Costa e Burle Marx.
As áreas verdes de Brasília também saltam aos olhos, com destaque para o Jardim Botânico e sua riqueza vegetal; o Parque da Cidade, encruado no meio da capital; o Parque Nacional de Brasília, conhecido como ‘Água Mineral’, e o Lago Paranoá, que adorna a cidade. Além disso, a cidade é ponto de partida para diversos destinos turísticos de Goiás próximos, a exemplo de Caldas Novas, Pirenópolis e a Chapada dos Veadeiros.
Esta última, juntamente com Brasília, Alto Paraíso e Cavalcante, em Goiás, integra um roteiro apoiado pelo Investe Turismo, programa do Ministério do Turismo em parceria com o Sebrae e Embratur que promove regiões estratégicas. A capital também oferece variadas opções culturais e gastronômicas, aprovadas inclusive por estrangeiros. Segundo o MTur, mais de 93% dos visitantes internacionais que estiveram na cidade em 2018 manifestaram intenção de retornar ao Brasil.
COMEMORAÇÕES
Para celebrar o aniversário de 60 anos – e inspirar planos de viagem futuros -, a Secretaria de Turismo do Distrito Federal proporcionou um tour virtual por pontos turísticos imperdíveis de Brasília, a partir da plataforma Google Earth. A ferramenta, disponibilizada nesta terça-feira, contemplou sete rotas: Cívica, Arquitetônica, Cultural, Náutica, do Cerrado, da Paz e Fora dos Eixos.
Além disso, desde segunda-feira (20.4), o Banco Regional de Brasília organiza o festival online BRB Play. Entre outras atrações, o público pode acompanhar shows de Nando Reis, Zélia Duncan, Oswaldo Montenegro, Dinho Ouro Preto, Scalene e Digão. (Acompanhe aqui). A Setur-DF também lançou o movimento online “Juntos por Brasília, Juntos pelo Turismo”, que reúne esforços do trade turístico para superar dificuldades em meio à pandemia do novo coronavírus.
A Secretaria de Turismo do DF desenvolve ainda uma mobilização nas suas redes sociais para estimular a procura do DF como destino turístico no futuro. A iniciativa se soma a esforços do Ministério do Turismo, que, por meio da campanha “Não cancele, remarque!”, busca orientar viajantes quanto à importância de adiar planos e pacotes turísticos neste momento.
HISTÓRIA
Desde o século 18, havia a ideia de se erguer na região central do Brasil uma cidade com todos os atributos da capital do então Império. No final do século 19, logo após a promulgação da República, em 1889, foi instituída uma missão chefiada pelo astrônomo Luiz Cruls, cujos trabalhos indicaram a posição da área demarcada para receber o futuro Distrito Federal, com o nome de “Quadrilátero Cruls”.
Torre de TV: fonte luminosa, feira de artesanato e comidas regionais. Crédito: Roberto Castro/MTur
Juscelino Kubitschek tinha como bandeira o desenvolvimento econômico do Brasil a partir de ações como a transferência da capital do país do Rio de Janeiro para Goiás. Em 19 de setembro de 1956, JK sancionou a lei que fixou os limites do futuro DF, e no dia 2 de outubro do mesmo ano o então presidente conheceu o local. A construção de Brasília, que tinha um prazo inicial de três anos e dez meses, foi finalizada após cerca de mil dias de obras.
*Fonte: Agência de Notícias do Turismo