A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, apelou para a solidariedade dos portugueses “com os profissionais da restauração, hotelaria, turismo” desfrutando de “férias ou até micro-férias” nas diferentes regiões do país.
“O mercado interno vai ser fundamental para assegurar que a atividade possa ser alguma este ano”, argumentou, assinalando que as autoridades não esperam “resultados extraordinários para o turismo” este ano.
Depois de um primeiro momento, após a declaração da pandemia e da imposição do confinamento obrigatório, a preocupação foi de “operacionalizar medidas que ajudassem as empresas a sobreviver”, descreveu Rita Marques (foto) que acrescentou que a reabertura dos restaurantes a 18 de Maio não afasta dificuldades,
A reabertura será, “infelizmente, com algumas limitações” – como a redução da capacidade para metade -, e serão necessárias “novas medidas” para apoiar as empresas, que terão de investir em máscaras e fazer alterações nos estabelecimentos.
“Num terceiro momento, quando a situação voltar à nova normalidade”, a estratégia do Governo passa por cinco pilares, nomeadamente “apostar muito na conectividade, especialmente aérea”, tendo em conta que 70% dos 26 milhões de turistas no ano passado eram estrangeiros, instigar confiança nos empresários para que invistam na requalificação e inovação e ajudar a promover a formação de competências, nomeadamente digitais.
Rita Marques defendeu que este ano e os próximos serão “os anos dos territórios de baixa densidade”, comentando que “as pessoas vão procurar destinos ligados à natureza, ao ar livre, e viajar em pequenos grupos” e, aí, “a cozinha e os grandes chefes podem aportar um valor extraordinário, por terem uma cozinha muito autêntica”.
Finalmente, sustentou, é preciso transmitir “uma mensagem de confiança e de esperança”, sublinhando que a resposta de saúde pública à pandemia da covid-19 colocou Portugal “no topo de confiança a nível internacional”.
“O vírus infelizmente tirou muitas vidas. Os nosso ativos – paisagens, pessoas hospitaleiras – não foram afetados. Portugal foi eleito o melhor destino do mundo por três vezes consecutivas. Tudo o que nos distinguiu no passado recente continua cá. Não há covid que contamine esses ativos”, disse.
A secretária de Estado do Turismo estimou que as empresas do setor terão este ano uma quebra de 50% da faturação face a 2019, devido à covid-19, realçando que 2020 “será naturalmente um ano complicado” e admitindo que “não sabemos quando vão abrir as fronteiras e os aviões estarão no ar”.
A governante, que falava na abertura do segundo dia do evento virtual “The Power of Food”, um “debate de emergência” sobre o futuro da restauração promovido pelo simpósio Sangue na Guelra, lamentou que a pandemia tivesse travado o que se encaminhava para ser “mais um ano absolutamente extraordinário”.
*Fonte: PressTUR com Agência Lusa