Lisboa tem uma nova atração. Trata-se do Centro Interpretativo da História do Bacalhau que abriu esta quarta-feira, dia 22, ao público, no Torreão Nascente do Terreiro do Paço, em homenagem a um símbolo da gastronomia portuguesa, da cultura popular e da identidade nacional.
A Associação Turismo de Lisboa (ATL) e a Câmara Municipal de Lisboa (CML) são os fundadores e organizadores deste projeto, que conta com a participação de Álvaro Garrido (Comissariado Científico), de Tiago Silva Dias (Projeto de Arquitetura) e do NewsMuseum (Projeto de Experiência do Visitante), bem como com a colaboração do Museu Marítimo de ílhavo.
Para Fernando Medina, presidente da CML, “criar, gerir e promover para reabilitar e dar vida a Lisboa tem sido, desde sempre, o nosso foco. Mesmo perante adversidades tão difíceis como a que atualmente vivemos, não parámos de trabalhar na valorização da cidade, sendo hoje possível abrir portas a mais um projeto de qualificação no Terreiro do Paço.”
O presidente adjunto da ATL, José Luís Arnaut, acrescenta que “este novo Centro Interpretativo da História do Bacalhau é um passo importante na valorização de Lisboa e na capacidade de inovação e diferenciação da sua oferta, numa altura em que, mais do que nunca, é necessário voltar a potenciar o Turismo.”
Este novo espaço interativo “combina o melhor da tecnologia com o mais fantástico da tradição, num regresso à epopeia dos portugueses, com vista para o encontro do rio com o mar, estando integrado no projeto do Novo Cais de Lisboa que tem como objetivo requalificar a zona ribeirinha de Lisboa/Terreiro do Paço e promover o Tejo e as atividades a ele ligadas”, refere o comunicado de imprensa da ATL.
O único local do mundo onde se explica quem foram o Brás e o Gomes de Sá
Ao longo de vários núcleos expositivos, o visitante pode assistir ao início da odisseia de um povo que se lançou nos ‘mares do fim do mundo’, sentir os perigos e emoções a bordo de um dóri, conhecer as rotinas dos pescadores a bordo, descobrir como nasceu o mito do ‘fiel amigo’ à mesa ou perspetivar o futuro do bacalhau, o seu consumo, a pesca sustentável e novas formas de o cozinhar.
O espaço divide-se em duas áreas principais: O Mar, no piso 0, e À Mesa, no piso 1. Em ambos aborda-se a viagem à Terra Nova e como se pescava o bacalhau, como também a expressão do bacalhau na cultura popular e gastronômica portuguesa.
No Piso 0, recua-se no tempo na sala d’A Saga e assiste-se, num livro gigante, à narrativa lendária e fantástica da pesca dos portugueses no Atlântico Norte. Destaque ainda para a exposição de objetos selecionados do espólio do Museu Marítimo de ílhavo utilizados na pesca do bacalhau.
Se é certo que a pesca do bacalhau desperta toda uma memória épica e uma lenda internacional, não menos importante é a faina dos veleiros e dos pescadores de dóris. Na sala O Adeus, conhece-se a dimensão humana e social da pesca do bacalhau. O visitante é igualmente convidado a experimentar, durante 1 minuto, o que era a solidão dos marinheiros do bacalhau a bordo de pequenos dóris. Esta é uma experiência interativa e imersiva que pretende recriar a pesca à linha num dóri.
Na sala Frota Branca, revive-se a memória lendária da ‘white fleet’, através de uma recriação do Creoula, e de histórias como o trabalho a bordo e o enquadramento sociopolítico das tripulações na era dourada da pesca do bacalhau. Ouve-se, em discurso direto, testemunhos únicos de pescadores sobre os momentos épicos e dramáticos que a pesca do bacalhau implicava. Destaca-se ainda, na Propaganda, a forma como o Estado Novo difundiu e manipulou além-fronteiras este tema.
No Piso 1, fala-se sobre a tradição alimentar do bacalhau do Atlântico e o nascimento do mito do Fiel Amigo. Sentamo-nos à mesa, na Degustação virtual, para assistir à forma como o bacalhau entrou na nossa gastronomia, na nossa cultura e na nossa sociologia. Na sala Bacalhau 20.20 fala-se sobre a reinvenção cultural do bacalhau, a pesca na atualidade, a reinvenção gastronômica do bacalhau e a sustentabilidade ambiental.
O Centro Interpretativo da História do Bacalhau oferece ainda ao visitante um conjunto de experiências interativas, como desafiar a contribuir com uma receita inédita de bacalhau, ser fotografados a bordo de um dóri, sentir a textura de um bacalhau ou consultar a Enciclopédia do Bacalhau, certificada pela Confraria Gastronômica do Bacalhau.
Na entrada do Centro Interpretativo da História do Bacalhau existe uma Mercearia, onde está localizada a bilheteira e vários espaços para venda de artigos alusivos ao bacalhau, dois deles em parceria com a Lugrade e a Terra do Bacalhau, empresas especializadas em bacalhau da Islândia e da Noruega.
Este espaço ocupa o Torreão Nascente do Terreiro do Paço e inclui zona de corte e venda de bacalhau, zona de estar com livraria e zona de degustação de petiscos.
O Centro Interpretativo da História do Bacalhau integra também o Restaurante Terra Nova (antigo Populi) um restaurante temático onde o bacalhau é o protagonista da ementa. *Fonte: Publituris