Por: Yuri Abreu
O setor de turismo foi um dos mais impactados pela crise do novo coronavírus e com Salvador – que tem 20% do PIB oriundo do segmento – não foi diferente. Porém, o pós-pandemia deve trazer um cenário alentador para a capital baiana. A prova disso foi uma pesquisa divulgada ontem pela Secretaria municipal de Cultura e Turismo (Secult), em uma coletiva virtual, apontando que a cidade é a primeira em que os turistas pensam quando o assunto são as viagens pelo país.
O levantamento ouviu 1.600 pessoas, entre os dias 9 e 22 de julho, por telefone e diversas partes do país. Os estados com o maior número de entrevistados foram São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, os quais Salvador costuma atrair o maior número de visitantes. A pesquisa, que está disponível no portal Observatório do Turismo, da Prefeitura de Salvador, avaliou, entre outros itens, o perfil socioeconômico do turista, a intenção e o motivo da viagem, além das experiências dentro da cidade.
Para o secretário municipal de Turismo, Pablo Barrozo, o resultado demonstra que o trabalho feito pela gestão municipal, nos últimos sete anos, tem surtido efeito no setor como um todo. “No Centro Histórico, a Prefeitura investiu mais de R$ 300 milhões em intervenções. Na orla, a maior parte já foi requalificada. Temos o Centro de Convenções municipal cuja agenda para 2021 estará lotada. A cidade está bem cuidada e vamos fazer uma retomada de forma segura, estabelecendo padrões”, disse ele, destacando que a cidade, recentemente, recebeu um selo internacional de certificação sanitária dado pelo Conselho Mundial de Turismo.
DESAFIOS
Há pouco mais de 15 dias, a Prefeitura da capital baiana lançou um conjunto de ações, com investimentos previstos de R$ 20 milhões, para ajudar a recuperar o trade turístico. Entre as medidas estão o Centro de Recuperação do Turismo (CTR), que funciona no HUB Salvador, no bairro do Comércio e a criação de uma Agência Municipal de Fomento para Negócios no Turismo, que terá como um dos objetivos a transformação digital de negócios através do desenvolvimento de plataformas tecnológicas.
Além disso, há a articulação para a retomada dos voos nacionais e internacionais à cidade. Outra ação será a busca pelo selo internacional da Bandeira Azul para as praias de Stella Maris, Ipitanga e Flamengo, que estão passando por um processo de requalificação – a certificação já foi dada e renovada em Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe, na Ilha dos Frades, na Baía de Todos-os-Santos.
“Temos números bons para o pós-pandemia. Por outro lado, entendemos que o turismo é gradual. É preciso ter o cuidado de fazer um projeto bem feito. Em um primeiro momento, queremos apresentar Salvador para soteropolitanos, a partir da ativação da terceira fase para em seguida, ações voltadas para os próprios baianos. Boa parte da população não conhece os atrativos da cidade. Durante uma campanha que fizemos, percebemos que 52% dos turistas que vieram a Salvador foram da própria Bahia. É trabalho desafiador, mas estamos com inteligência e utilizando as ferramentas do setor para cultivar novos negócios. Precisamos modernizar forma de tratar o turismo em Salvador”, avaliou Barrozo.
Neste sentido, uma ação será a criação de um shopping virtual, onde bares, restaurantes e hotéis da cidade, entre outros segmentos ligados ao turismo, vão poder vender os produtos ofertados. “Temos ações de infraestrutura, qualificação profissional e digitalização do negócio, para que elas sejam mais competitivas. Estimamos que 45% das agências de viagens, em Salvador, não tem isso, devido a falta de orientação e consultoria”, afirmou o titular da Secult.
*Fonte: Tribuna da Bahia