Europa teme segunda onda de covid-19 e vive novo abre-e-fecha de fronteiras

 

A Alemanha mudou a classificação da região de Paris e do litoral da Côte-d’Azur para zonas sob risco por conta do grande número de casos de coronavírus. Com isso, quem estiver nessas áreas e precisar ir à Alemanha, terá de passar por um teste e ficar em isolamento até ter o resultado. Os casos positivos deverão fazer uma quarentena de 14 dias.

O recente aumento da transmissão do coronavírus em alguns países da Europa, principalmente na Espanha, Bélgica, Holanda e França, provocou um novo abre-e-fecha de fronteiras. As regras, atualizadas quase diariamente, viraram um quebra-cabeça para os europeus, tão acostumados à livre circulação entre os países da União Europeia.

Após trabalhar por cinco anos em uma empresa de recursos humanos da capital francesa, Anne Schneider está trocando de emprego para uma empresa de Munique. Ela previa voltar a Paris para resolver burocracias no início de setembro, mas vai ter de mudar de planos.

“Não sei mais o que vou fazer. Começo o novo trabalho em primeiro de outubro, então se eu tiver que fazer uma quarentena de duas semanas, arriscarei perder minha primeira semana”, diz.

O país de Angela Merkel já tinha decidido adotar teste ou quarentena obrigatória para quem vem da maior parte do território espanhol, o destino europeu de férias mais popular entre os alemães, ou da Bélgica.

Quebra-cabeça europeu

O recente aumento da transmissão do coronavírus em alguns países da Europa provocou um novo abre-e-fecha de fronteiras. Foto: reprodução.

 

Os países do espaço Schengen, área de livre circulação composta por 22 membros da União Europeia e a Suíça, a Islândia, a Noruega e Liechtenstein, reabriram suas fronteiras internas em 15 de junho, após o período mais grave da pandemia no continente, mantendo a área fechada para viajantes de boa parte do mundo, como norte-americanos, russos, brasileiros ou australianos. *Fonte: O Sul

No entanto, o aumento das taxas de contaminação em algumas regiões da Europa levaram os países a adotarem medidas de controle de circulação. A questão é que cada país decide a medida – teste ou quarentena – , o prazo e as taxas de contaminação para que uma área torne-se região de risco.

Na Bélgica, por exemplo, a quarentena de 14 dias é obrigatória para quem vem de Malta, da Romênia ou da Espanha. Já o governo norueguês adotou uma quarentena de dez dias para quem volta da França, do Reino Unido, da Suécia, da Polônia, da Bélgica, da Croácia e a lista continua.

O Reino Unido pegou milhares de pessoas de surpresa durante suas férias ao anunciar, com pouco mais de 24 horas de antecedência, que os viajantes provenientes da França e da Holanda seriam obrigados a passar 14 dias isolados em casa.

A decisão anunciada na noite de 13 de agosto provocou uma corrida para tentar atravessar o Canal da Mancha antes do sábado (15), quando a imposição passou a valer.

“Sou massagista e tinha clientes agendados para os próximos 15 dias, tive que adiar as consultas. Isso afeta diretamente o meu negócio”, contou a francesa Emeline Denis, que tinha aproveitado o período de férias para ver a família em Paris, ao jornal “Le Parisien”.

A França, pega de surpresa pela decisão do governo de Boris Johnson, pretende adotar a reciprocidade nos próximos dias e também impor uma quarentena de 14 dias para quem voltar do Reino Unido, segundo o secretario de Relações Europeias, Clément Beaune, anunciou nesta semana.

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