Por Yuri Abreu
A pouco mais de três meses para o verão, Salvador, que tem como uma de suas principais características ser uma cidade turística, vive a expectativa da chegada dos turistas, ainda que, este ano, a pandemia do coronavírus possa atrapalhar um pouco o deslocamento de pessoas em grandes distâncias. Contudo, um dos locais por onde esses grupos devem chegar, na capital baiana, deverá ser através do Porto, localizado no bairro do Comércio.
De acordo com o site da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), a temporada de navios, no período 2020/2021, deve começar no dia 26 de novembro e seguir até o dia 17 de abril do próximo ano – período de 4 meses e 21 dias. Ao todo, serão esperados mais de 50 navios de várias partes do Brasil e do mundo, além de cerca de 170 mil passageiros.
A primeira das embarcações está prevista para chegar às 8h do dia 26 de novembro. Com capacidade para 2.750 passageiros, o Costa Luminosa virá da cidade de Las Palmas, na Espanha, e ficará em Salvador até o final do mesmo dia quando, às 20h, segue para a cidade de Ilhéus, no sul da Bahia. O último é o Costa Fascinosa, que chegará no dia 17 de abril de 2021, oriundo de Ilhéus, mas que sai às 14h do mesmo dia com destino a Maceió, capital de Alagoas.
Em comparação com a temporada 2019/2020, o número de passageiros – caso todos os navios cheguem à capital baiana com as respectivas ocupações máximas – pode ser 12,5% maior. Na última, passaram pelo Porto de Salvador 153.465 passageiros. Já o número de navios deve ser o mesmo: 53 no ano passado contra 52, por enquanto, este ano. Os meses de fevereiro e março, em 2021, devem ser os que terão a maior quantidade de cruzeiros chegando a Salvador: 13, cada.
EXPECTATIVA x REALIDADE
Apesar dos números destacados pela Companhia, atores envolvidos com o segmento turístico acreditam que a pandemia do novo coronavírus deve atrapalhar o setor neste verão. “A procura tem sido muito menor do que no mesmo período no ano passado e já estamos prevendo que o número de viajantes também caia em relação ao mesmo período do ano passado”, afirmou Ângela Carvalho, presidente da seção Bahia da Associação Brasileira das Agências de Viagens (ABAV).
“Por outro lado, a nossa expectativa é grande porque temos uma demanda reprimida e muitas promoções principalmente para os navios que permaneceram na costa brasileira durante esses últimos meses”, salientou a dirigente, pontuando que os passageiros de cruzeiros foram muito atingidos nos primeiros meses de contaminação pelo novo coronavírus e tem se sentido inseguros.
“Isso causou uma certa insegurança nos clientes em comprar cruzeiros e principalmente com os protocolos que serão adotados para que essa contaminação não aconteça. As cias marítimas estão trabalhando no sentido de resgatar essa confiança, em passar para o cliente que embarcar num cruzeiro é uma experiência segura e confiável”, disse ela.
Outro que também vive uma expectativa menor com relação aos cruzeiros, por causa do período de pandemia, é Gilberto Menezes, diretor da Socicam, empresa que administra o terminal de passageiros do Porto de Salvador. “A temporada de cruzeiros 2020/21 deverá ser menor do que as expectativas antes da pandemia, tanto em termos de quantidade de escalas de navios como no volume de passageiros. Porém só o fato de ter a temporada esse ano já é uma grande vitória para o turismo de Salvador e Bahia”, comemorou.
De acordo com ele, todo o segmento do turismo e, por consequência, do transporte de passageiros (aéreo, rodoviário e hidroviário) sentiram bastante a pandemia e, agora, buscam uma recuperação gradual com base em fortes protocolos de segurança. Ele ratificou que a tendência é a de que o número de passageiros e navios seja mesmo menor em virtude da covid-19 e que a temporada como um todo será afetada.
Por outro lado, Menezes afirmou que, desde o início da Pandemia, houve um aumento da preocupação com a segurança dos funcionários do terminal, assim como os passageiros. “Foi o foco das nossas ações. Foi criado um plano de biossegurança para cada terminal de passageiros, atendendo às suas características e sendo baseados nos protocolos da Anvisa e OMS”, afirmou o diretor da Socicam.
*Fonte: Tribuna da Bahia