Por Abdon Barreto Filho
A Organização Mundial do Turismo – OMT, entidade vinculada à Organização das Nações Unidas –ONU, recomenda que o fenômeno turístico deve estar alinhado com práticas sustentáveis de desenvolvimento com seis linhas de iniciativas e gestões: saúde pública; inclusão social; conservação da biodiversidade; ações para o clima; economia circular; governança e finanças.
Com as propostas, as visitas devem ser realizadas com responsabilidade, proteção do meio ambiente, geração de emprego, renda, inclusão social e autoestima da população do núcleo receptor. As cinco tendências para os próximos anos são as seguintes:
Turismo de natureza
De acordo com a OMT, a covid-19 aumentou a consciência das pessoas sobre a importância de um meio ambiente saudável como barreira natural para novas pandemias. Assim, destinos turísticos que valorizem a natureza podem ter aumento significativo de demanda. No Brasil, as Unidades de Conservação (UCs), públicas ou privadas, podem desenvolver planos de visitação turística e contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico local e proteção da biodiversidade.
Turismo de bem-estar
A pandemia gerou uma crise de saúde pública – física e mental. A saúde pessoal determina a busca por lugares que permitam o relaxamento, experiências humanizadas e sem aglomerações, A garantia do ir e vir com o distanciamento controlado pode determinar as decisões de novas viagens.
Turismo de base comunitária
Dentro da linha de inclusão social, as diretrizes da OMT enfatizam os pequenos e médios negócios e o turismo em comunidades, como tendência pós pandemia. No Brasil, um país com grande diversidade cultural, merece atenção o turismo de base comunitária, aquele em que uma comunidade se organiza para oferecer, ela mesma, serviços aos visitantes, como guias, produtos artesanais, passeios típicos, comidas tradicionais e hospedagem local. Essa colaboração entre os membros da comunidade do núcleo receptor gera um turismo mais justo, solidária e sustentável.
Volunturismo
A partir do momento em que o viajante estará mais atento às possibilidades de contribuir nas suas visitas, respeitando os ambientes naturais, culturais, sociais. No volunturismo, os visitantes desejam fazer trabalhos comunitários que contribuam com a sociedade local, ajudando projetos que reduzam desigualdades.
Turismo científico
Além do turismo contemplativo, em que o viajante vai para ambientes naturais em busca de relaxamento e bem-estar, também é possível engajá-lo em passeios científicos que permitam adquirir conhecimento e contribuir com projetos de conservação da natureza e da biodiversidade. O Turismo científico pode ser destacado no segmento do Turismo Paleontológico, com visitas guiadas, conhecendo os fósseis do Triássico encontradas na Região Central Gaúcha, passando pela Quarta-Colônia, Santa Maria, São Pedro do Sul e Mata, cidade da pedra que foi madeira, com suas árvores petrificadas de 200 milhões de anos. Assim, os turistas podem conhecer projetos e pesquisas realizadas com o intuito de proteger as dádivas da natureza, valorizando os atrativos turísticos mundiais do Rio Grande do Sul. São reflexões. Podem ser úteis. Respeitam-se todas as opiniões contrárias. Pensem nisso.
*Fonte: Jornal de Turismo; foto: divulgação