Preço do querosene nas alturas impacta aviação na retomada do turismo

Com a diminuição de pessoas circulando na pandemia, o turismo foi um dos mais afetados, com reflexos nos restaurantes, pousadas e passagens aéreas. De acordo com representantes do setor, a retomada enfrenta entraves não apenas relacionados ao novo aumento de casos de Covid, como também a alta do preço do querosene de aviação, que já subiu 40% neste ano.

Custo em dólar, concentração de mercado e impostos pesam no valor do combustível, afetando o desempenho das aéreas. Foto: divulgação/Arquivo TURISMO TOTAL.

 

Para discutir o assunto na manhã de ontem, 14, a Editora Globo realizou o webinar “Os impactos dos custos do combustível de aviação no turismo e na economia do país”. Patrocinado pela Refit, o evento foi transmitido pelos sites e redes sociais dos jornais O GLOBO e Valor, com mediação dos colunistas Ancelmo Gois, do GLOBO, e Guilherme Amado, da Época.

Um dos pontos mais sensíveis discutidos foi o custo elevado do combustível dos aviões, que pesa cerca de 40% no valor da passagem aérea. Para Alexandre Barreto, presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o problema começa na formação dos preços:

— Isso decorre da estrutura de mercado que temos. Hoje, no Brasil, temos uma estrutura de refino monopolizada.

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, acrescentou que a dolarização do querosene também prejudica. Segundo ele, no mercado internacional, o combustível de aviação corresponde a cerca de 18% a 22% do valor da passagem. No Brasil, chega a 40%.

— O querosene de avião está 40% mais caro neste ano por causa da paridade de preços com o mercado internacional. É importante enfrentar isso. Em 1980 fazia sentido, hoje, não, pois 88,4% do querosene usado no Brasil são produzidos aqui mesmo. Além disso, as linhas internacionais não pagam ICMS, o que acaba onerando o turismo nacional.

*Fonte: EXAME

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