Pandemia faz de março o pior mês de ocupação hoteleira em Salvador

Normalmente considerado um mês intermediário, entre a alta ocupação do verão e a baixa, março de 2021 foi o pior da história da hotelaria soteropolitana, em função da pandemia, com taxa média de ocupação de 20,36%, semelhante à da segunda quinzena de março de 2020 (21,56%), início da pandemia.                                                                                     

O agravamento do quadro de saúde e o consequente fechamento das praias, restaurantes e comércio estão dentre os principais motivos desse desempenho. Por outro lado, o incipiente movimento de vacinação ainda não foi suficiente para ensejar a desejada reversão na curva da pandemia e a gradual retomada das atividades.

A queda na ocupação foi observada tanto se comparada com o mês anterior (fevereiro de 2021, com 42,51%) e com o mesmo mês do ano anterior (março de 2020, 41,02%). Com isso, a diária média também sofreu declínio ficando em R$ 318,88, 10% inferior à do mês anterior; e o Revpar foi o mais baixo da história no mês de março (R$ 63,69).

Nem mesmo o tradicional aquecimento da demanda dos finais de semana foi capaz de reverter o quadro. A ocupação média de 20,36% esconde taxas bem semelhantes para os fins de semana (20,53%) e dias da semana (20,29%), refletindo o renovado receio das pessoas em sair de casa.

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil – Anac, o número de passageiros no aeroporto de Salvador no primeiro bimestre de 2021 (1.025.394) caiu 31,7% se comparado aos primeiros dois meses de 2020 (1.501.168) e acredita-se que o levantamento de março será ainda pior.

Semana Santa

Este é o segundo ano que a pandemia afeta o movimento do turismo na Bahia, na Semana Santa. Foto: Tatiana Azeviche.

 

De acordo com o presidente da ABIH-BA, em decorrência das medidas restritivas, houve uma queda de 80% para 20% na ocupação de hotéis no feriado, já que muitas reservas foram canceladas.

“Em 2020, a gente saia de uma alta estação com bons resultados que permitia aos hotéis enfrentarem a situação. Este ano a pandemia segue cobrando um duro preço para a hotelaria, tendo provocado um faturamento ainda mais reduzido”, explica.

A hotelaria, juntamente com os demais segmentos do turismo, está entre as atividades mais castigadas pela pandemia. “No curto prazo, esperamos o apoio das esferas municipais, estadual e federal ao segmento do turismo, com a isenção e redução dos impostos, novas linhas de crédito e a reedição da Medida Provisória 936, permitindo a redução da jornada de trabalho e dos salários, e evitando as demissões”.

Por outro lado, tendo em vista que a Bahia e Salvador vêm apresentando boa dinâmica na vacinação, espera-se que seus efeitos sejam notados no curto prazo, restabelecendo progressivamente o clima de normalidade, abertura de praias, restaurantes e comércio, incentivando as pessoas a viajarem. “Nós hoteleiros somos resilientes, mas a maioria está no seu limite. Se a ajuda não vier no curto prazo a hotelaria baiana entrará em colapso”, finaliza.

Os números aqui divulgados são fruto da Pesquisa Conjuntural de Desempenho (Taxinfo), realizada pela ABIH, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – seções Bahia e Brasil. O levantamento é digital e os dados são fornecidos diariamente pelos hotéis ao Portal Cesta Competitiva. A média resultante constitui indicador para avaliar a evolução da atividade de hospedagem na capital baiana.

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