Empreendedores do turismo do Centro de Salvador reclamam de burocracia para crédito

Por Jones Araújo e Osvaldo Lyra

 

Os empresários do Centro Histórico de Salvador (BA) passam por uma situação extremamente difícil. Em plena baixa estação do turismo, com todos os problemas já causados no setor pela pandemia da Covid-19, eles enfrentam grandes burocracias para conseguirem uma linha de crédito, essencial para manter pagamentos da folha e fornecedores em tempos de lucros escassos.

De acordo com o presidente da Associação do Centro Histórico Empreendedor (ACHE), José Iglesias Garcia, a principal dificuldade do empresário que atua hoje no Pelourinho  é a de encontrar uma linha de crédito menos burocrática.

Com a pandemia os turistas praticamente desapareceram do Centro Histórico de Salvador. Foto: Tatiana Azeviche/Arquivo Turismo Total.

 

“Nós temos um problema,  boa parte dos comerciantes do Centro Histórico vivem na informalidade. Mesmo tendo os seus estabelecimentos, existe uma boa parte desses comerciantes que por questões socioeconômicas, não têm condições de manter seus estabelecimentos regulares. Hoje, quando se parte para pedir crédito bancário, praticamente eles são eliminados, porque às vezes estão com o CNPJ inativo. São vários problemas que dificultam”, afirma.

O empresário diz que a ajuda oferecida pelos poderes públicos não é o suficiente e que o momento pede que os comerciantes se reinventem para manter os estabelecimentos.

“Nós criamos um canal de comunicação com o BNB [Banco do Nordeste], que tem uma linha de crédito para atender esses comerciantes, mas mesmo assim, as coisas não funcionam porque existem alguns trâmites burocráticos e trava tudo. Para mim que estou nesse meio, entre o BNB e os comerciantes, fico em um momento angustiante”, diz.

Além dessas dificuldades, José cita outros problemas no setor. “O movimento do turista caiu assustadoramente. É preocupante, por incrível que pareça, talvez aqueles empresários de grande porte tem mais dificuldade que os menores, porque os custos de manutenção deles são bem mais elevados”, informa.

“O meses de abril e maio já são pelo próprio perfil do turismo, os meses mais fracos, a baixa estação. Com a pandemia isso se potencializou mais ainda. Eu só vou reabrir o  Cuco Bistrô no dia 1° junho”, falou sobre seu restaurante que funciona no Largo de São Francisco.

  • Fonte: Muita Informação

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