Peça virtual do teatro baiano se oferece como um grande arquivo digital de memórias

Como mergulhar na memória do teatro da Bahia atravessada pelo imperativo do distanciamento social? “Arquivo Vivo” é o trabalho que resulta deste desafio. Reunindo no elenco Claudia Di Moura, Diogo Lopes Filho, Fábio Osório Monteiro, Larissa Lacerda, Mônica Santana e Neto Machado, com direção de Jorge Alencar e codireção de Neto Machado, a peça constrói um arcabouço poético para manter a criação teatral em movimento, realizando práticas de ativação da memória em um ritual coletivo. A obra de ficção estreia em 28 de maio (sexta-feira), às 19h, através de uma plataforma de armazenamento digital. O acesso será oferecido ao público que retirar ingresso gratuito na página da Sympla da Dimenti Produções Culturais, que realiza o projeto (www.sympla.com.br/dimentiproducoes).

 O título do trabalho, “Arquivo Vivo”, dá materialidade ao seu formato e ao jeito como a plateia online poderá frui-lo: adentrar a obra significará acessar um link exclusivo em um dos funcionais serviços digitais para armazenamento e partilha de arquivos – a chamada “memória em nuvem”. A experiência será de como abrir uma caixa de memórias, daquelas que guardamos em casa, reunindo fotos, cartas, objetos, lembranças. Cada espectador construirá sua narrativa fazendo seu próprio caminho pelas pastas de arquivos, na ordem que preferir, escolhendo o que quer vasculhar: cenas sonoras, imagens fotográficas e pictóricas, textos, tradução na Língua Brasileira de Sinais (Libras), trilha musical, entre outros vários elementos que compõem essa dramaturgia construída em fragmentos, como pedaços de memórias.

 “Arquivo Vivo” foi construído a partir de impressões e lembranças de todo o elenco sobre peças teatrais a que assistiram: espetáculos apresentados e/ou criados na Bahia que afetaram cada um de modo especial. Apesar da impossibilidade do encontro presencial devido à pandemia, a obra afirma a necessidade de seguir imaginando e fazendo arte: “Lembrar como uma prática esperançosa de microrrevolução”, resume o diretor Jorge Alencar.

 O elenco é formado por três artistas membros da Dimenti Produções Culturais: Fábio Osório Monteiro, Larissa Lacerda e Neto Machado. Ao lado deles, estão outros três grandes nomes das artes cênicas baianas: a consagrada atriz Claudia Di Moura, com seus mais de 30 anos de carreira, forjada nos palcos soteropolitanos e com reconhecimento nacional por seu trabalho no cinema e na TV, tendo integrado a novela “Segundo Sol” (2018), de João Emanuel Carneiro, da Rede Globo; Diogo Lopes Filho, que há quase três décadas se apresenta na ficha técnica de espetáculos dirigidos por grandes nomes da cena local, além de ser integrante do grupo Coletivo4 e da Banda Limusine; e Mônica Santana, artista do corpo e da palavra há mais de 20 anos, dramaturga, diretora, doutoranda em Artes Cênicas e ainda jornalista. A trilha sonora original é assinada por Luciano Salvador Bahia, as fotografias são de Patricia Almeida, design gráfico e direção de arte da TANTO – criações compartilhadas e a interpretação em Libras é feita por Cintia Santos.

 “Arquivo Vivo” é parte do projeto “Memória em Cena”, que toma a memória do teatro baiano como fonte principal de criação artística e que vai também produzir uma websérie sobre as memórias de espaços culturais da Bahia. Apostando em inovação de pensamentos sobre cena e dramaturgia, a peça virtual bebe de referências como estudos sobre história oral e contação de história, a cultura griô e obras que relacionam memória e imaginação de futuros – por vezes distópicos – como o romance “Fahrenheit 451”, de Ray Bradbury, e a sua adaptação cinematográfica, dirigida por François Truffaut; a instalação “Retrospective”, do francês Xavier Le Roy; a peça “Três Solos em Um Tempo”, de Denise Stutz; e a obra “Biblioteca de Dança”, de Neto Machado e Jorge Alencar.

 “Memória em Cena” tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

 

“Arquivo Vivo”

Direção e roteiro final: Jorge Alencar

Codireção: Neto Machado

Assistente de direção e de roteiro: Marina Martinelli

Criação, texto e performance: Claudia Di Moura, Diogo Lopes Filho, Fábio Osório Monteiro, Larissa Lacerda, Mônica Santana e Neto Machado

Interpretação em Libras: Cintia Santos

Direção de arte e identidade visual: TANTO – criações compartilhadas (Daniel Sabóia, Fábio Steque e Patricia Almeida)

Fotografias: Patricia Almeida

Trilha sonora original: Luciano Salvador Bahia

Direção de produção e colaboração artística: Ellen Mello

Equipe de produção: Fábio Osório Monteiro, Francisco Sena, Marina Martinelli e Trini Opelt

Financeiro: Marília Pereira

Comunicação: Marcatexto

Realização: Dimenti Produções Culturais

 Estreia

Quando: 28 de maio (sexta-feira), 19h

Onde: Link privativo do aplicativo pCloud divulgado ao público com ingresso

Retirada de ingresso: www.sympla.com.br/dimentiproducoes

Quanto: Gratuito

Classificação indicativa: 12 anos

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