Por Rute Simão
Colocar Portugal no topo dos destinos mais competitivos e sustentáveis do mundo é uma das bandeiras do Turismo de Portugal (TdP) que apresentou esta segunda-feira, 14, o “Plano Turismo +Sustentável 20- 23”, numa sessão que decorreu nos Viveiros Monterosa, em Moncarapacho, Olhão, no Algarve . Depois de um ano de pandemia, que beliscou o setor turístico nacional, o TdP arranca agora com uma nova estratégia para recuperar a confiança nos dias vindouros e fortalecer a oferta turística no mapa nacional tendo a sustentabilidade como pano de fundo.
No total, o plano de ação contempla 119 medidas num guia que se apresenta alinhado com os objetivos da Estratégia Turismo 2027 (ET27) e que visa intensificar o objetivo da sustentabilidade na atividade turística, com ações como a reeducação para uma restauração circular e sustentável, o desenvolvimento de práticas para uma economia circular, a neutralidade carbónica e a construção sustentável em empreendimentos turísticos, a eficiência hídrica nos campos de golfe em Portugal e a redução do plástico na hotelaria.
A secretária de Estado do Turismo acredita que esta iniciativa é reflexo da resiliência do setor que “poderia ter ficado passivo e a aguardar melhores ventos” mas que saiu reforçado da conjuntura pandémica, relembrando que é hora de olhar para o futuro.
“O ano 2019 deixará, seguramente, algumas saudades. Mas é uma boa notícia não voltarmos para trás. Ninguém quer regressar ao passado. Rumemos para a frente, vamos para o futuro. Inspiremo-nos nos bons números de 2019 mas queiramos melhor do que os números. Há muito mais para além dos números. Queremos ter, naturalmente, as mesmas receitas turísticas que tivemos em 2019 mas queremos fazer mais e melhor. Este plano dá-nos força para que isto aconteça”, reforçou Rita Marques, no discurso de encerramento da apresentação do plano que decorreu na tarde desta segunda-feira no distrito de Faro.
Sustentabilidade, qualificação, promoção e monitorização
O ‘Plano Turismo +Sustentável 20- 23’ foi lançado em outubro do ano passado e depois de ter estado em consulta pública e de ter recebido mais de uma centena de contributos deu agora o pontapé de saída alicerçado em quatro eixos estratégicos: estruturar uma oferta cada vez mais sustentável, qualificar os agentes do setor, promover Portugal como um destino sustentável e monitorizar o desempenho do setor para a sustentabilidade;
Em termos concretos, foram definidas três metas a dois anos. Até 2023, espera-se que 75% de empreendimentos turísticos tenham sistemas de eficiência energética, hídrica e gestão de resíduos e que a mesma percentagem tenha já excluído os plásticos de utilização única. Dentro da mesma linha temporal, Portugal deverá ter 25 mil aderentes ao Selo Clean & Safe e 30 mil profissionais formados.
“Neste âmbito, Portugal tem como metas aumentar a procura turística no país e nas várias regiões, crescer a um ritmo mais acelerado nas receitas do que nas dormidas, alargar a atividade turística a todo o ano, aumentar as habilitações da população empregada no turismo, assegurar que a atividade turística gera um impacto positivo nas populações residentes, incrementar os níveis de eficiência energética nas empresas do turismo, impulsionar uma gestão racional do recurso água no turismo e promover uma gestão eficiente dos resíduos na atividade turística nacional”, explica o TdP.
Dentro de cada eixo serão promovidas um total de 119 iniciativas e programas específicos. Um dos exemplos, apresentados nesta sessão, é a ferramenta gratuita Diagnóstico Sustentabilidade T+ lançada pelo NEST – Centro de Inovação do Turismo, e que visa ajudar as PMEs a desenvolver planos de sustentabilidade.
Na área da formação, também as Escolas do Turismo de Portugal anunciaram a criação de novos cursos como Gestão Sustentável, Gestão Sustentável de Destinos, Gestão da Restauração Sustentável e Cozinha 100% Vegetal.
O plano é coordenado pelo Turismo de Portugal e conta com a dinamização da Confederação do Turismo de Portugal, de associações empresariais e empresas do setor, Entidades Regionais de Turismo, Direções Regionais de Turismo dos Açores e Madeira, Agências Regionais de Promoção Turística, do NEST – Centro de Inovação do Turismo, de Organismos da administração local, regional e central, de Entidades nacionais e internacionais, de diferente natureza, com atuação no âmbito da sustentabilidade e de Entidades da academia.
*Fonte: Publituris/pt