O CEO da Virgin Galactic definiu como meta ter mais de um voo diário para levar turistas aos limites do espaço exterior, em meio aos anúncios da empresa para tentar capitalizar o voo-teste bem-sucedido do fundador Richard Branson (foto), no fim de semana.
Michael Colglazier, que assumiu o comando da Virgin Galactic há um ano, não deu detalhes, no entanto, sobre como será o cronograma de ampliação das operações comerciais da empresa e admitiu que há grandes obstáculos para a expansão no curto prazo. “Acredito, que por um bom tempo, este será um negócio em que a oferta será muito limitada”, disse.
O voo-teste de Branson, que tem a condecoração britânica de “sir”, foi realizado nove dias antes da data marcada para o primeiro voo do fundador da Amazon, Jeff Bezos, em um foguete de sua empresa Blue Origin.
A vantagem de ter largado primeiro pode dar à Virgin Galactic uma valiosa publicidade extra, enquanto tenta tornar realidade o primeiro negócio de turismo espacial. A empresa tem mais dois testes programados para este ano, antes de começar a levar passageiros em 2022.
Falando em entrevista ao “Financial Times”, Colglazier disse que a empresa pretende substituir o atual protótipo de sua espaçonave por duas novas em 2022, que terão uma manutenção mais fácil e permitirão mais rapidez entre um voo e outro.
A Virgin Galactic também estuda como passar a ter uma produção em maior escala da futura versão da espaçonave, que será projetada com a ideia de uma maior facilidade de construção, acrescentou o executivo.
“Em cada espaçoporto teremos como meta cerca de 400 voos por ano”, disse Colglazier. “Para alcançar esses números, estou prevendo um número de espaçonaves [em cada espaçoporto] entre um dígito alto e dois dígitos baixos.”
Depois do teste bem-sucedido no fim de semana, a companhia tentará expandir as operações em sua primeira base, no Novo México, e “encontrar outros espaçoportos ao redor do mundo e começar a levar as operações para mais lugares.”
No entanto, com espaço para apenas quatro passageiros em cada voo, a Virgin Galactic tem uma séria falta de assentos para oferecer no curto prazo. Mais de 600 pessoas pagaram uma média de US$ 130 mil cada pela chance de voar em uma de suas espaçonaves, enquanto outras 1 mil fizeram depósitos de US$ 1 mil.
Branson pretendia voar ao espaço mais para frente, ainda no verão americano, mas antecipou os planos de voo em junho, apenas alguns dias depois de Bezos ter anunciado a data de sua viagem ao espaço.
Colglazier negou que Branson estivesse em uma corrida para superar Bezos. Segundo o executivo, o fundador da Virgin alterou seus planos porque não havia mais necessidade de um segundo voo para avaliar a “experiência” que o cliente terá com os serviços da empresa – o papel oficial que Branson havia se atribuído nos testes.
Referindo-se à enorme publicidade gerada pelo tiroteio de anúncios que pareceu colocar Branson e Bezos em disputa frente a frente, o executivo disse que “a história mais saborosa parecia ser a de uma corrida espacial de bilionários”. “[Mas] não foi.”
*Diário do Turismo, com informações do Financial Time; Foto de Richard Branson, divulgação.