Apesar de começarem a vender neste mês passagens sem despacho de bagagem, as empresas aéreas ainda não têm um mecanismo para cobrar a mala de mão que exceder o limite permitido do passageiro que chegar com ela ao portão de embarque. Na prática, isso permitirá que o viajante despache sem pagar.
Com as alterações de regulamentação feitas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), desde 14 de março o passageiro tem direito de levar a bordo uma mala de mão com até 10 kg – antes, o limite era 5 kg. Até ontem, porém, nenhuma companhia cobrava pelo despache. A partir de hoje, a Azul venderá tarifas com pelo menos R$ 30 de desconto para quem optar por viajar apenas com uma unidade de mão. A Gol passa a fazer o mesmo no dia 20. A Latam pretende começar a cobrar até o fim deste mês, mas ainda não definiu uma data, e a Avianca não tem previsão.
‘Olhômetro’
O passageiro que fizer check-in pessoalmente no balcão da companhia deverá ter o tamanho de sua bagagem de mão conferido, como já ocorre atualmente. Aquele que fizer o check-in pela internet e optar por não despachar, entretanto, só terá a mala de mão inspecionada no portão de embarque. Azul fará essa fiscalização no “olhômetro”. Caso o funcionário ache que a unidade excede os limites, pedirá para que ela seja colocada no bagageiro do avião. Por enquanto, porém, não há previsão de cobrar por essa mala despachada.
A assessoria de imprensa da Azul informou que a intenção é, nos primeiros meses, analisar como a operação vai ocorrer e se serão necessárias modificações. A empresa destacou que poucos clientes deverão aderir às tarifas sem bagagem agora, já que esse tipo de passagem, por enquanto, estará disponível em apenas 15 de suas 215 rotas.
A Gol também não deverá cobrar pela bagagem de mão que extrapolar as medidas máximas caso o passageiro chegue com ela no embarque. Os funcionários utilizarão “gabaritos” para conferir as dimensões das malas e vão encaminhá-las ao bagageiro se necessário. A companhia destacou, porém, que agentes que circulam pelos aeroportos ajudarão na fiscalização.
Nas áreas de raio X dos terminais de embarque também não haverá fiscalização de tamanho, já que os profissionais que atuam nessa zona são contratados pelos aeroportos. Fonte: O Estado de S. Paulo.