Por Yndara Vasques (Texto e fotos)
E no meio da correria do dia a dia, ao norte da Ilha de São Luís, com tantas peculiaridades presentes da vida urbana (pessoas, veículos, barulho, congestionamento, movimento) encontramos a tranquilidade de uma Área de Preservação Ambiental (APA) no Itapiracó. Uma reserva que guarda ainda mais surpresas para os amantes das trilhas: mata fechada, fauna e flora preservados, pequenos riachos (que insistem em existir) e um silêncio reflexivo, principalmente quando se chega ao santuário das mangueiras.
Conhecer os “cantos” da cidade com um outro olhar é o que tem proporcionado os grupos que organizam as trilhas ecológicas em São Luís, uma atividade cada vez mais procurada e oportunizada, também, pelo período pandêmico. O grupo Trilhas & Aventuras (@trilhaseaventuras), formado por profissionais de Educação Física e ex-militares, atuante desde 2015 e oriundo a partir de uma disciplina da UFMA (Esporte de Aventura) desbravou 25 itinerários na grande São Luís e interior do Maranhão como os Lençóis Maranhenses.
Diversidade que se encontra nas trilhas
O trilhar proporciona inúmeros benefícios: conhecer lugares incríveis, apreciar a natureza, fazer novas amizades, proporcionar maior interação entre pessoas da mesma família, preparar o corpo para outros esportes. Os amigos Richardson Lima e Nayara Louzeiro ficaram encantados com o santuário das Mangueiras na metade do percuso de 10 km da Reserva do Itapiracó. “É gratificante, no corre-corre do dia a dia, vc descobre essa tranquilidade”, afirmou Richardson. O guia da trilha, Luiz Carlos da Silva, aproveita e explica que as mangueiras foram plantadas por meio de um projeto do Ministério da Agricultura por meio da Universidade Federal do Maranhão, há mais de 50 anos, juntamente com os bacuris e pés de juçara.
Ao organizar o trajeto, o grupo Trilhas & Aventura equilibra: segurança, desafios do percurso e história sobre o lugar para fins de conservação do meio ambiente. “O contato com a natureza requer segurança, responsabilidade e respeito”, afirmou Pablo Linhares, também do grupo organizador.
O gestor de Tecnologia da Informação e professor, Rodrigo Costa, conheceu pela primeira vez a trilha do Itapiracó e se encantou. “É o que buscávamos (ele e a esposa), esse contato com a natureza com o planejamento e segurança oferecido pelo grupo”.
O trilhar também aproxima ainda mais mãe e filho! Foi o caso da administradora Giovana Silva e João Vitor Silva Januário. Eles estrearam na trilha e além de curtirem a natureza, o momento incentiva ainda mais a conversa entre eles. “Isso tudo tão pertinho da gente, um paraíso. Foi muito gratificante descobrirmos essa trilha”, afirmou.
Sobre a Trilha da APA do Itapiracó
São 322 hectares de área preservada na Área de Proteção Ambiental do Itapiracó, localizada entre os municípios de São Luís e São José de Ribamar. A trilha contempla um percurso de 10 km, considerado como moderado.
A região do Itapiracó também é considerada uma Área de Preservação Ambiental (APA) por reunir variedade de fauna, flora e nascentes de rio. Foram catalogadas na reserva 174 espécies de animais e 33 espécies de plantas remanescentes de floresta amazônica, além de quatro nascentes de rio. Juçara, tucum, janauba e ipê estão entre as espécies de flora presentes na APA do Itapiracó.[2]
A fauna também é diversa, contando com espécies de sapos, camaleões, cobras, rãs e animais de pequeno porte como gambás, tatus e cotias. Somente no grupo de pássaros que habita a região, são mais de 141 espécies como garcinha-branca, gaviãozinho, juruti e beija-flor.
*Fonte: JP Turismo