Por Miriam Hermes
Um projeto virtuoso, capaz de defender, de uma só vez, um prédio histórico e uma manifestação cultural, atraindo jovens em torno de uma arte, luta, dança e esporte junto aos grupos de turistas em fins de tarde deslumbrantes no bairro do Santo Antônio Além do Carmo.
Assim pode ser definido o ‘Capoeira do Forte’, a ser lançado hoje, às 16 horas, no Forte de Santo Antônio, no Centro Histórico, em trabalho conjunto desenvolvido pelas secretarias estaduais de Turismo e de Cultura.
Segundo o secretário de Turismo, Maurício Bacelar, a ideia é aproveitar o último dia do mês dedicado à capoeira, para inaugurar o projeto a fim de fortalecer a atividade duramente atingida pela pandemia.
– Tomando todos os cuidados necessários, vamos estimular a retomada nas sete academias de mestres de capoeira já em funcionamento no forte e atrair mais praticantes e visitantes, por meio de aulas, palestras e exposições – afirmou o secretário Maurício Bacelar.
A partir do dia 16 de setembro, acrescentou o gestor, haverá apresentações de grupos de capoeira coincidindo com o esplendor dos crepúsculos avistados do mirante da praça e de locais estratégicos no forte para quem aprecia a fotografia por celular ou câmeras mais sofisticadas.
O projeto ‘Capoeira do Forte’ propõe também a preservação do prédio construído no século XVII, constituindo-se em fundamental edificação para a expulsão dos holandeses, tendo funcionado como presídio entre 1850 e os anos 1970.
Criminalizada até meados do século passado, a capoeira guarda os vestígios de uma viva história de resistência do povo oriundo da África, migrando a atividade da condição de marginal para a de necessária às atuais escolas brancas de classe média.
*Fonte: A Tarde