Parabéns São Luís do Maranhão, pelos 409 anos de muita, história, tradição e cultura

Por Isabella Mendes e Ítalo Cavalcanti

 

Nesta quarta-feira, em pleno 8 de Setembro de 2021, a nossa amada cidade de São Luís completa mais uma primavera e chega aos seus 409 anos de fundação, ao longo desses mais de quatro séculos de historia, a capital e maior cidade do Maranhão foi palco de importantes acontecimentos, bem como foi o berço e local de moradia de importantes nomes da arte e historia do estado. É sobre isso que iremos falar nessa matéria.

                               A brisa do mar da ilha na Avenida Litorânea atrai moradores e visitantes

 

No dia 8 de setembro de 1612, navegações francesas lideradas por Daniel de La Touche aportaram em uma região da península que avança sobre o estuário dos rios Anil e Bacanga, com o objetivo de colocar em pratica o projeto da França Equinocial, que consistia em instaurar uma colônia francesa no norte da América portuguesa. Os viajantes ergueram o forte São Luís, como uma homenagem ao rei francês Luís XIII.

A cidade que hoje chamamos de cidade dos azulejos é a única capital do Brasil fundada por franceses, mas a área ficou sob administração da França somente por três anos, já que em 1615, tropas portuguesas, lideradas por Jerônimo de Albuquerque, conquistaram o território após saírem vitoriosos na batalha de Guaxenduba, que dá nome a famosa avenida que corta o centro de São Luís.

Quase três décadas depois, quem chegou a São Luís foram os holandeses, que sob o comando de Mauricio de Nassau, já haviam conquistado boa parte do território nordestino na época. Assim como ocorreu com os franceses, os portugueses travaram três anos de batalhas contra os comandados de Mauricio de Nassau, que foram expulsos do território ludovicense em 1644.

Antes de serem expulsos, os dois povos que tentaram se estabelecer na nossa Atenas Brasileira, realizaram iniciativas que chegaram a contribuir para a região ser mais desenvolvida. Os franceses trouxeram diferentes profissionais, como artesãos e sapateiros, já os holandeses, mais dó que dobraram o número de engenhos de açúcar (3 para 7) no vale do Rio Itapecuru e na própria São Luís.

                 Praia da Ponta d´areia guarda um passado memorável da boêmia de São Luís

 

 

Além de membros das três nações européias citadas anteriormente, São Luís também teve sua terra habitada por índios nativos da região, como os tupinambás, e pelos africanos, que chegaram aqui como escravos carregados pelas embarcações dos navios negreiros, usados para transportar oriundos da África até as colônias dos países colonizadores.

Todos esses povos contribuíram para a vasta riqueza cultural que deram fama a nossa cidade e que contribuíram para ela se tornar patrimônio cultural da UNESCO, titulo que recebeu no ano de 1997.  Um exemplo pode-se encontrar no arroz de cuxá, prato típico da gastronomia local, que é produzido com o uso de diferentes ingredientes, como vinagreira e camarão, e que se trata de uma mistura das culinárias portuguesa, indígena e africana.

Outro exemplo de herança cultural são os famosos casarões localizados no centro histórico, construções que se tornaram conhecidas devido a presença dos azulejos que enfeitam suas paredes, característica que São Luís também herdou dos colonizadores portugueses e que todos os anos desperta a curiosidade dos turistas que visitam a área.

                              A beleza dos casarões do centro de São Luís. Fotos: Paulo Caruá

 

Sua historia e suas heranças culturais contribuíram para que a cidade dos azulejos recebesse diferentes apelidos, bem como contribui para a criação de lendas que mexem com o imaginário da população. É sobre isso que iremos falar na próxima parte do texto.

Conheça os nomes dados à cidade de São Luís

São Luís foi batizada pelos índios Tremembés no início de sua fundação, em 1612, com o nome Upaon-Açu, que em Tupi-Guarani significa Ilha Grande.

Além desses nomes, a capital maranhense que já foi enaltecida por poetas, escritores, cantores, pintores e fotógrafos apaixonados por sua beleza e riqueza cultural, recebeu diversos apelidos, entre eles: Ilha do Amor, Ilha Bela, Ilha Magnética, Cidade dos Azulejos, Jamaica Brasileira, Atenas Brasileira.

Ilha de Upaon-Açu

Em 1612, os índios tremembés que habitavam na capital maranhense nomearam São Luís de Upaon-Açu, que em tupi-guarani significa Ilha Grande.

Ilha do Amor

Essa expressão ficou conhecida entre as décadas de 70 e 90 quando o compositor ludovicense Claudio Fontana escreveu a música Ilha do Amor, onde falava da saudade que tinha de sua terra, pois tinha se mudado para São Paulo.

Ilha Bela

Na expressão das letras da música de Carlinhos Veloz, é expresso os sentimentos da cidade de São Luís, também conhecida como Ilha Bela, nome chamado por muitos que escutam a música.

Ilha Magnética

Em 1989, o cantor César Nascimento também dedicou uma música a São Luís, esta que se chama Ilha Magnética, dando destaque à natureza e ao amor à cidade.

Cidade dos Azulejos

Reconhecido como Patrimônio Cultural Mundial em 1997 pela Unesco, o nosso Centro Histórico é repleto de azulejos que vieram diretamente de Portugal para revestir desde igrejas, conventos, casas de saúde, escolas e fachadas de residências.

Jamaica Brasileira

O reggae chegou no Maranhão por volta da década de 70 através das rádios sintonizadas em ondas curtas que reproduziam os sons que vinham do Caribe. Logo as radiolas se multiplicaram pela cidade e se tornaram parte da nossa cultura. Em 2018 foi fundado o Museu do Reggae no Centro Histórico de São Luís, sendo o primeiro museu temático de reggae fora da Jamaica e o segundo do mundo.

Atenas Brasileira

Esse título veio em razão dos grandes nomes da literatura que nasceram e viveram em São Luís, como Aluísio e Arthur Azevedo, Gonçalves Dias, Ferreira Gullar, entre outros que exerceram grandes papéis na criação de movimentos literários renovadores.

Lendas e mistérios que fazem parte do imaginário maranhense

A capital maranhense é uma terra de encantarias, com um acervo cultural gigantesco, tradições, cultos, festejos, e muitas lendas. Histórias passadas de geração em geração, que vão se modificando com o passar do tempo, mas marcam a população e encantam aqueles que creem na força da natureza e da magia.

No processo de construção da identidade social de uma comunidade, as lendas têm grande importância. Durante todos os anos, as lendas mais conhecidas em São Luís são da Carruagem Encantada de Ana Jansen e da Serpente Encantada.

Lenda da Carruagem Encantada de Ana Jansen

Ana Joaquina Jansen Pereira morou em São Luís no século 19. Ela foi uma comerciante riquíssima e figura política maranhense, ficou conhecida por maltratar os escravos. Ainda hoje, conta-se que ela vaga em sua carruagem puxada por cavalos decapitados conduzidos por um escravo, também sem cabeça, pelas madrugadas, no Centro de São Luís, e amaldiçoa quem por ela passa, com uma vela acesa que pela manhã se transforma em osso de defunto.

Lenda da Serpente da Ilha

A Serpente Encantada vive nas galerias subterrâneas de São Luís, e não para de crescer. Reza a lenda que um dia sua cabeça, que fica debaixo da Fonte do Ribeirão, encontrará o rabo, que está na Igreja São Pantaleão, causando o afundamento da Ilha. Dizem que quando chove e, São Luís alaga, é porque a Serpente Encantada está levando a cidade abaixo.

*Fonte: JP Turismo

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