Viagens aéreas registraram “recuperação moderada” em setembro, aponta IATA

Por Inês de Matos

Em setembro, as viagens aéreas registraram uma “recuperação moderada”, muito por culpa dos mercados domésticos, uma vez que, segundo a IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo, a procura internacional voltou a cair face a agosto.

Os dados da IATA, divulgados esta quarta-feira, 3 de novembro, mostram que, em setembro, a procura global por viagens aéreas desceu 53,4% face a igual mês de 2019, antes da chegada da pandemia da COVID-19.

No entanto, de acordo com a associação, a descida de 53,4% representa uma melhoria em relação ao mês anterior, quando a procura por viagens aéreas tinha ficado 56,0% abaixo dos níveis de agosto de 2019.

Esta recuperação, justifica a IATA, ficou essencialmente a dever-se aos mercados domésticos, como é o caso da China, que, após surtos de COVID-19 em agosto, levantou em setembro “algumas restrições de viagens”.

Ainda assim, também as viagens domésticas mantiveram uma tendência de descida face a igual mês de 2019, tendo descido 24,3%, mas com uma melhoria relativamente a agosto, quando o tráfego doméstico tinha caído 32,6% face a agosto de 2019.

“Todos os mercados apresentaram melhoria, com exceção do Japão e da Rússia, embora este último tenha permanecido em território de crescimento sólido em relação a 2019”, indica a IATA.

Já a procura internacional por viagens aéreas apresentou um comportamento mais dececionante, uma vez que, em setembro, desceu 69,2% face a igual mês de 2019, num resultado que, segundo a IATA, foi “um pouco pior do que a queda de 68,7% registrada em agosto”.

“O desempenho de setembro é um desenvolvimento positivo, mas a recuperação do tráfego internacional continua paralisada devido aos contínuos encerramentos de fronteiras e obrigação de quarentenas”, lamenta Willie Walsh, diretor geral da IATA.

O responsável considera, no entanto, que a decisão dos EUA de reabrirem as fronteiras para turistas internacionais completamente vacinados de 33 países, a partir de 8 de novembro, é uma boa notícia e “um desenvolvimento bem-vindo, embora há muito tempo necessário”.

Por regiões, foi na Ásia-Pacífico que o tráfego internacional mais desceu em setembro, numa quebra que chegou aos 93,2% em comparação a setembro de 2019 e que se manteve praticamente inalterada face à descida de 93,4% registada em agosto. As medidas restritivas de controlo de fronteiras nesta região são, segundo a IATA, as principais responsáveis pela descida registada em setembro, mês em que também a capacidade aérea desceu 85,2%, enquanto o load factor caiu 42,3 pontos percentuais, fixando-se nos 36,2%, o mais baixo entre todas as regiões.

Já no Médio Oriente, o tráfego internacional desceu 67,1% em setembro, o que traduz uma ligeira melhoria comparativamente a agosto, quando este indicador tinha caído 68,9% face a igual mês de 2019. A capacidade, por sua vez, desceu 52,6% e o load factor teve um decréscimo de 23,1 pontos percentuais, passando para 52,2%.

Em África, o tráfego aéreo internacional contraiu 62,2% em setembro, o que traduz uma degradação de quase quatro pontos percentuais face ao resultado de 58,5% apurado em agosto. Já a capacidade caiu 49,3% e o load factor desceu 18,4 pontos percentuais, passando para 53,7%.

Na América Latina, o tráfego internacional recuou 61,3% em setembro, o que traduz uma melhoria face a agosto, quando este indicador tinha descido 62,6% face a igual mês de 2019. Já a capacidade desceu 55,6%, enquanto o load factor caiu 10,7 pontos percentuais, passando para os 72%, naquele que é, pelo 12.º mês consecutivo, o mais elevado load factor entre todas as regiões.

Na América do Norte, o tráfego internacional caiu 61,0% em setembro, valor que traduz uma descida maior face à perda de 59,3% registada em agosto. No que diz respeito à capacidade, em setembro, houve uma descida de 47,6%, enquanto o load factor caiu 21,3 pontos percentuais, para 61,9%.

Já a Europa foi a região onde o tráfego internacional menos caiu em setembro, mas que, ainda assim, regista uma descida de 56,9% face a setembro de 2019, o que traduz um decréscimo de um ponto percentual face ao resultado de agosto, quando o tráfego internacional tinha perdido 55,9% face a igual mês de 2019. Já a capacidade desceu 46,3% e o load factor perdeu 17,2 pontos percentuais, para 69,6%.

  • Fonte: Publituris/pt

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