Mais três países europeus anunciaram nesta quinta-feira (23) medidas restritivas contra o avanço da variante Ômicron do novo coronavírus no continente. Enquanto Itália e Espanha voltaram a exigir o uso de máscaras em público, a Grécia baniu eventos até o dia 3 de janeiro. Em paralelo, os principais países do continente aceleram a vacinação de crianças e a aplicação de doses de reforço para tentar conter o avanço da variante.
A nova cepa ainda assim provocou a primeira morte na Alemanha. No Reino Unido, país mais afetado pela variante, o primeiro-ministro Boris Johnson hesita em anunciar medidas de fechamento antes do Natal.
A Espanha, com uma das taxas de vacinação mais altas da Europa, registrou 50 mil casos de covid-19 na quarta-feira. O avanço da Ômicron fez com que as autoridades espanholas voltassem a exigir o uso de máscaras. Na Catalunha, o toque de recolher foi reinstalado pela Justiça.
A Itália, outro país com um alto índice de imunização, além de voltar a exigir máscaras, diminuiu a validade do passaporte da vacina de nove para seis meses e, assim como a Grécia, também baniu eventos públicos. Segundo as autoridades sanitárias italianas, 28% dos casos no país já correspondem à nova cepa.
Estudos recentes indicam que a Ômicron pode driblar a imunidade oferecida por infecções prévias e vacinas, apesar de oferecer um risco de hospitalização menor. A variante aparenta ser mais contagiosa que as cepas anteriores do coronavírus, o que pode submeter o sistema de saúde a um perigoso estresse.
A Alemanha confirmou nesta quinta-feira a primeira morte causada pela variante Ômicron do coronavírus, que foi detectada em 25% mais casos do que no dia anterior. A vítima é um paciente da faixa etária de 60 a 79 anos. Dos casos de covid-19 detectados no país até 22 de dezembro, 3.198 foram atribuídos à Ômicron, sendo que 48 exigiram hospitalização.
No Reino Unido, o premiê Boris Johnson enfrenta mais de 100 mil casos de covid por dia no país, com o sistema de saúde em risco pelo grande volume de pessoas infectadas. Pressionado por uma facção do seu próprio Partido Conservador para não tomar medidas mais severas, ele deve esperar o Natal para decidir por medidas mais restritivas.
Ampliação da vacinação em pauta
Além das restrições, autoridades europeias trabalham também com a ampliação da vacinação para conter a Ômicron, tanto com a aplicação de doses de reforço como com a imunização de crianças de 5 a 11 anos.
A vacinação de menores de 12 anos começou na França, Alemanha, Grécia e Itália.
Em alguns países, como a França e a Itália, as infecções em crianças e jovens de 20 a 30 anos chega ao dobro da população em geral.
Fonte: Tribuna da Bahia/Estadão Conteúdo